segunda-feira, 6 de julho de 2009

SERÁ IGNORÂNCIA? OU SERÁ MESMO MÁ FORMAÇÃO O QUE LEVA CERTAS PESSOAS A TENTAR LUDIBRIAR A REALIDADE?


Nos quadros que o ME divulga no seu site, é indicado que entre Quadros de Agrupamento e de Escola, a relação vagas positivas / vagas negativas é a seguinte:

Positivas/Negativas
2005 - 4.430 / 7.358;
2006 - 6.303 / 5.969;
2009 - 20.896 / 2.660.

Ora bem, estamos perante uma grosseira manipulação de números.

De facto, se o ME considera todas as vagas abertas para os novos Quadros de Agrupamento, que vieram substituir os QZP (que incluíam 28.926 docentes), não pode apenas considerar como negativas as do Quadro de Escola (as 2.660 referidas), mas acrescentar-lhe as que faziam parte do quadro que se extingue - o QZP - e essas são, segundo o Ministério, 28.926.
Isto é, no cômputo global, não há 18.236 vagas positivas este ano: se a este número, forem subtraídas, também, as 28.926 que correspondem a docentes dos QZP que foram obrigados a concorrer para o Quadro de Agrupamento, então o saldo é negativo, correspondendo a 10.690 vagas a menos.

Não se compreende, também, como pode o ME afirmar que, numa segunda fase, serão colocados mais 38.000 docentes dos QZP e contratados. O que há são cerca de 38.000 docentes por colocar, entre QZP's e contratados de primeira prioridade, e outros tantos que são identificados pelo ME como "Outros candidatos".
Esta mania de pôr os números ao serviço da fantasia já começa a ser um sintoma perigoso ou de ignorância ou de falta de respeito pelos portugueses. Meus senhores,
não é preciso iludir a realidade: basta explicá-la. Uma boa explicação serve muito melhor os propósitos de defesa de convicções do que a fantasia tornada obsessão. A diferença entre uma e outra é tão só a honestidade intelectual. Nada de mais, no fim de contas. Não custa nada e é um alívio ser-se honesto.

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