sábado, 23 de fevereiro de 2013

E agora, senhor Relvas, o povo mau




E agora, senhor Relvas, o povo mau

Daniel Oliveira
 


A TVI convidou Miguel Relvas para falar sobre o futuro do jornalismo. É um hábito nacional. Em Portugal, não há mercearia ou Universidade que não queira ter um ministro a inaugurar o seu "evento". Mesmo que o ministro em causa não tenha, como é evidente no caso, qualquer pensamento sobre o assunto a ser tratado. Relvas foi, como fora no dia anterior, interrompido por protestos. José Alberto de Carvalho disse, na TVI, que foi um atentado à liberdade de expressão. A deixa foi aproveitada por os que acham que a vida política portuguesa se deveria resumir às guerras de bastidores do PSD e do PS. E que os portugueses deveriam continuar a ser, como os definiu um membro da troika, "um povo bom".
Miguel Relvas fala todos os dias, sempre que quer. Fala sobre o que sabe e o que não sabe. O seu direito a expressar as suas opiniões está mais do que salvaguardado. Quem o interrompeu no ISCTE não teria seguramente como intenção impedir que os portugueses ouvissem as suas doutas opiniões sobre o futuro do jornalismo. Queriam protestar e protestaram.
Portugal sabe bem, pela sua história, o que é estar privado da liberdade de expressão. É coisa séria enão deviam ser os jornalistas a banalizar o conceito. Querem saber o que é pôr em causa a liberdade de expressão? É o ministro que tutela a RTP mandar despedir um cronista da rádio pública porque não gostou do que lá ouviu. É um ministro que assim agiu continuar no seu lugar. E ainda ser convidado pela classe para perorar sobre o futuro do jornalismo.
Miguel Relvas é um símbolo. Um símbolo da desfaçatez e da falta de ética política. No seu comportamento como ministro e como cidadão - como escrevia alguém do "Cão Azul", foram mais os 15 minutos que esteve no ISCTE do que o tempo que passou na faculdade onde supostamente se licenciou. Basta ver a quantidade de ex-governantes envolvidos no escândalo do BPN para perceber que está longe de ser o primeiro deste calibre a estar num governo. Mas estamos no meio de uma crise. As pessoas estão desesperadas e com muito pouca paciência. Exigem, pelo menos, que finjam que as respeitam.
O facto de Relvas ser interrompido em todos os lugares onde vá, o facto de não poder sair à rua sem que os portugueses lhe manifestem a repulsa que lhes causa, é uma boa notícia para a nossa democracia. Quer dizer que os cidadãos ainda não desistiram de tudo. Que ainda não estão completamente resignados. Isso sim, seria trágico. Porque só em democracias discursos de ministros são interrompidos por protestos.
E quer dizer que as pessoas ainda não tratam "os políticos" todos da mesma maneira. Que ainda os distinguem. Mesmo quando são interrompidos nem todos os membros do governo têm direito ao nível de desrespeito que Relvas tem merecido nas suas aparições públicas - todos os restantes ministros têm discursado depois dos protestos. Mesmo perante quem as está a afundar, as pessoas conseguem distinguir entre aqueles de quem discordam e aqueles que, independentemente das suas posições, em nenhuma democracia exigente poderiam ocupar um cargo público.
Esta é a única perversidade que pode ser apontada à perseguição popular a Relvas: pode fazer esquecer a responsabilidade de quem lhe deu o lugar que ocupa. É que nem todos percebem queMiguel Relvas é apenas a versão desafinada de Pedro Passos Coelho.


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/e-agora-senhor-relvas-o-povo-mau=f788559#ixzz2LkZyZskO

Os Enganos Colossais de Sua Excelência

O senhor ministro das finanças tem-se enganado sistematicamente nas suas previsões. Poderá ele desvalorizar as previsões que faz. Só que, se as desvaloriza, não tem sentido que as use. Se não são seguras, porque haverá o governo de adoptar o "plano B", ou as "medidas de recurso", que, de resto sempre disse que não tinha, em nome de novas previsões?
É que o erro desta vez é colossal, é mesmo monumental, para usar as suas próprias palavras. A recessão para 2013 não será de 1%, mas de 2%. Na sua linguagem trata-se de uma derrapagem de 1%. Mas a verdade é que essa pequena derrapagem faz com que a recessão passe de um valor para o seu dobro... é  que 2 é o dobro de 1, tanto quanto se saiba, e esta coisa chata não vai poder ser alterada por Decreto, nem por regras de ouro a inscrever na Constituição. E daí... não se sabe. Há quem tenha lata para tudo. Aquilo a que poderíamos chamar uma lata colossal.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O Poder e a Liberdade de Expressão - A Hipocrisia dos Bem Pensantes

Há uma diferença substancial entre "poder de expressão" e "liberdade de expressão". Há pessoas que confundem a sua liberdade com o poder. Mas há que distinguir as duas coisas, porque a liberdade não é, ou não deve ser objeto de contestação, mas o poder pode e deve ser objeto de contestação. 
Aqueles que têm o poder para se exprimir, seja como comentadores, seja como políticos, não compreendem o desespero daqueles que, por não terem esse poder também não têm essa liberdade. 
É natural, é mesmo saudável que quem não tem o poder de se fazer ouvir conteste, sem qualquer preconceito, aqueles que usam o poder de se fazer ouvir, quando aquilo que ouvem é demasiado grave para ser tolerado. E é ainda mais sensato contestar o poder, incluindo o poder de falar, àqueles que, por abuso de poder, e através do apelo ao respeito pela sua liberdade, destróem a dos outros atacando os seus direitos fundamentais, atropelando, sempre que necessário, o contrato (ou a Constituição) que legitima, numa primeira linha, a própria possibilidade de usarem a sua vã glória de mandar. Senhores sociólogos e outros bem pensantes desta praça, que têm os órgão de comunicação social ao seu serviço, era bom que pensassem nisto... Bem, para variar.

Já agora, existe, em Portugal e em português, um repertório muito vasto de canções que podem ser entoadas para mandar calar aqueles que poluem o ambiente, no uso do seu poder, incluindo o de determinar os limites da sua liberdade de expressão, que a dos outros pouco lhes interessa. Essa é também uma herança do passado, como é aquela de Portugal ser um país de miseráveis, mas honrados pagadores de dívidas que, diga-se em abono da verdade, pouco ou nada têm a ver com quem é obrigado a ficar calado por aqueles que determinam, em seu próprio benefício, quem tem direito a falar.

Se os poderosos forem sensatos, o povo cala-se. Se o povo não se cala... 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A Estupidez Funcional na origem da crise financeira


LA LOI ET L’ORDRE – La « stupidité fonctionnelle » à l’origine de la crise financière

Les services financiers n'incitent pas leurs employés à sortir des sentiers battus. (REUTERS/PAWEL KOPCZYNSKI)
Les entreprises de services financiers n'encouragent pas leurs employés à utiliser toutes leurs capacités intellectuelles. Pis, ce "management par la stupidité" serait à l'origine de la crise financière de la City, selon une nouvelle étude rédigée par les professeurs Andre Spicer (de la City University de Londres) et Mats Alvesson (de l'université de Lund, en Suède).
Selon cette théorie de la "stupidité fonctionnelle", le monde de la finance serait dicté par le "fais d'abord, réfléchis après". Une attitude qui tend à écarter les questions gênantes, et les longues réflexions sur les actions des salariés – alors même qu'on attend d'eux de grandes compétences.
"De nombreuses entreprises, où l'intelligence des employés est primordiale, telles que les banques et les sociétés de services professionnels, assurent que les compétences sont à la base de leurs activités, écrit Andre Spicer. Cependant, en y regardant de plus près (…, ces entreprises incitent des personnes très intelligentes à ne pas mettre à profit l'ensemble de leurs capacités intellectuelles. Au lieu de cela, les employés sont supposés ne pas trop réfléchir et simplement faire leur travail."
La stupidité fonctionnelle sert en fait à maintenir et renforcer l'ordre dans ces entreprises, ainsi qu'à créer de bons rapports avec les autres salariés en période de croissance. Pas de question, pas de doute : la confiance amène son lot de bienveillance. En cas de crise, en revanche,  cette "lobotomisation" empêche le salarié de sortir des sentiers battus. On évite toute confrontation qui pourrait être constructive. L'étude conclut en soulignant à quel point les capacités cognitives des individus sont limitées dès que s'instaurent des relations de domination au lieu de faire appel aux ressources et compétences des individus.

Une pluie de météorites fait de nombreux blessés en Russie


Alors que la NASA continue à traquer de très près un astéroïde de 45 mètres de diamètre qui frôlera la Terre vendredi soir, une pluie de météorites a provoqué, vendredi, de violentes explosions dans les basses couches de l'atmosphère au-dessus de l'Oural et de régions du centre de la Russie.

"Un météorite s'est désintégré au-dessus de l'Oural, brûlant partiellement dans les couches basses de l'atmosphère. Des fragments du météorite ont atteint la Terre et sont tombés dans des zones peu habitées de la région de Tcheliabinsk", a indiqué l'antenne locale du ministère russe des situations d'urgence dans un communiqué. Selon la même source, l'onde de choc a soufflé les vitres "des étages supérieurs des immeubles".
Plus de 250 personnes ont été blessées, dont trois gravement a indiqué l'antenne locale du ministère de l'intérieur, citée par l'agence Interfax. "Nos informations font à cette heure état de plus de 250 blessés, dont trois blessés graves", a déclaré un porte-parole du ministère, ajoutant que des dégâts avaient été enregistrés dans six villes de la région.
La trace laissée dans le ciel par l'une des météorites, dans le ciel de Tcheliabinsk.
Des habitants disent avoir vu des objets brillants chuter du ciel dans les régions de Tcheliabinsk et de Sverdlovsk.
L'administration de la ville de Tcheliabinsk, citée par Interfax, a pour sa part fait état de nombreux blessés, sans donner de chiffres. "A 11 heures (6 heures àParis), nous avons de nombreux appels pour des traumatismes, des coupures et des contusions", ont indiqué les autorités locales citées par Interfax.
L'onde de choc a soufflé les vitres du bureau d'Itar-Tass dans le centre de Tcheliabinsk, a indiqué l'agence. Un mur s'est effondré dans une usine de Tcheliabinsk, selon un employé cité par Interfax, qui fait état de trois ou quatre blessés sans gravité. Le ministère des situations d'urgence a indiqué avoirmobilisé 20 000 hommes, placés en état d'alerte, et trois avions ou hélicoptères pour inspecter les territoires. Le ministère a appelé la population à ne pas céder à la panique.
A environ 200 km plus au sud-est, à Ekaterinbourg, des témoins ont vu dans le ciel la trace d'un objet en train de chuter.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Visão Inconsciente

Contributo de Descartes para a Modernidade

Contributo de Descartes para a Filosofia Moderna 1

Papa Bento XVI Renuncia ao Pontificado


Le pape, Benoît XVI, renonce à son pontificatLe Monde.fr avec AFP et Reuters |  • Mis à jour le 
Le pape Benoît XVI a annoncé sa renonciation dans un discours prononcé en latin lors d'un consistoire au Vatican, lundi 11 février. Celle-ci  devrait prendre effet àpartir du 28 février, selon le porte-parole du Saint-Siège.
"Je suis convaincu que mes forces, vu mon âge avancé, ne me permettent plus d'exercer correctement le ministère. Dans le monde actuel, en proie à des changements constants, la vigueur du corps et de l'esprit est nécessaire pour gouverner la barque de saint Pierre et annoncer l'Evangile. Cette force, ces derniers mois, m'a manqué, et m'oblige à reconnaître mon incapacité à bien gérer le ministère qui m'a été confié."
  • Un nouveau pape avant Pâques au terme d'un processus complexe
Le pape Benoît XVI a annoncé sa démission dans un discours prononcé en latin lors d'un consistoire au Vatican, lundi 11 février.
  •  Une situation qui n'est pas sans précédent
  •  Un pape marqué par l'histoire du XXe siècle 
Benoît XVI, le 29 décembre.
  • Paris salue une "décision respectable"

Dans son annonce en latin traduite ensuite par le Vatican, et retranscrite par le site Radio Vaticana, Benoît XVI, agé de 85 ans, explique avoir pris sa décision "aprèsavoir examiné à plusieurs reprises [sa] conscience devant Dieu""Je suis convaincu que mes forces, vu mon âge avancé, ne me permettent plus d'exercercorrectement le ministère", a dit le pape.
Peu après cette annonce, le porte-parole du Vatican, le père Lombardi a expliqué qu'un nouveau pape serait élu avant Pâques, soit le 31 mars. "Le pape a annoncé qu'il renoncera à son ministère à 20 heures, le 28 février. Commencera alors la période de 'sede vacante' ('siège vacant')", a précisé le père Lombardi.
L'élection d'un nouveau pape est un processus complexe qui débute par la convocation au Vatican des cardinaux. Il s'achève par la bénédiction apostolique Urbi et Orbi du nouveau pape.
Federico Lombardi a également précisé que Benoît XVI n'aura "aucun rôle" dans le conclave qui conduira à une nouvelle élection, et devrait mener "une vie de prière" après avoir quitté ses fonctions. "Il a dit très souvent qu'il voulait dédier son temps à la prière, à la réflexion éventuellement à l'écriture (...) Cela dépendra de lui", a-t-il dit.

 Si le cas ne s'était pas produit depuis plus de six siècles, la renonciation  d'un pape s'est déja produite à de nombreuses reprises dans l'histoire de l'église catholique.
Premier pape allemand depuis le XIe siècle, il était monté sur le trône de saint Pierre le 19 avril 2005. Il fêtera son 86e anniversaire le 16 avril. Né Joseph AloisRatzinger, dans une famille modeste de la très catholique Bavière, le futur Benoît XVI était entré en 1939 au petit séminaire. La même année, il est inscrit aux jeunesses hitlériennes, un enrôlement devenu obligatoire par décret.
Eminent professeur de théologie, il devient archevêque de Munich et Freising, en Bavière, entre 1977 et 1981, date à laquelle son prédécesseur, Jean Paul II, l'appelle à Rome pour prendre la tête de la Congrégation pour la doctrine de la foi, ex-Saint Office. Son élection comme pape, le 19 avril 2005, avait été perçue comme un très grand honneur national par les Allemands. Le quotidien populaireBild, le plus lu d'Europe, en avait fait l'une de ses premières pages les plus célèbres en titrant : "Nous sommes pape !".
Dans un livre d'entretiens paru en 2010, Benoît XVI évoquait déjà la question de sa renonciation. Il expliquait à l'époque que "quand un pape en vient à reconnaître en toute clarté que physiquement, psychiquement et spirituellement, il ne peut plusassumer la charge de son ministère, alors il a le droit et, selon les circonstances, le devoir de se retirer."

Le président français a été le plus prompt à régair à cette nouvelle. Il a jugé cette décision "éminemment respectable""C'est une décision humaine et une décision liée à une volonté qui doit être respectée", a dit le chef de l'Etat.