sábado, 28 de setembro de 2013

César das Neves Anuncia Segundo Resgate (valha-nos Deus)

Pelos vistos, este fulano também é economista. Conhecia-o dos artigos de opinião, num jornal, a escrever obsessivamente a respeito da homossexualidade na igreja. Não me passava pela cabeça que fosse também um trombeteiro arauto do governo. Mas não me surpreende. Na verdade o Papa mandou que este e outros brilhantíssimos comentadores se transformassem em pessoas de bem e começassem a mostrar um coração cristão de tolerância e respeito pela diferença. Tinha portanto o senhor das Neves que dedicar-se a um discurso de mau coração e intolerância (o único em que consegue brilhar) sobre o qual o seu chefe ainda não se pronunciou com toda a clareza. Aí o temos agora a antecipar o discurso do governo (o povo que se prepare), garantindo, antes que seja tarde, que o falhanço do governo é muito bom porque, só assim, os portugueses se convencerão a "baixar a crista" (salvo seja).

Ler em: http://www.noticiasaominuto.com/economia/110854/portugal-vai-precisar-de-segundo-resgate-e-até-acho-que-é-bom?utm_source=vision&utm_medium=email&utm_campaign=daily#.UkbEdBY4jCE

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O Milagreiro da Educação em Portugal

Já sabíamos que o ministro da educação, sempre que lhe passava pela cabeça resolver um problema, decretava um exame. Exames aos alunos, exames aos professores, e é de prever a imperativa necessidade de ele decretar exames a ele próprio. Também sabemos que, para ele, ensinar não é coisa importante. Os exames resolvem tudo o que interessa.
Aqueles românticos empedernidos que, numa deplorável linguagem de eduquês, defendem que, antes de fazer exames, os alunos devem ter condições para aprender, estão irremediavelmente ultrapassados pelo iluminismo ofuscante do senhor ministro.
Mas, se, antes, esta era uma ideia que nós próprios podíamos inferir das ações deste maravilhoso ministro, agora, é ele próprio que assume a sua tese. Decidiu ele, então, que o ensino de Inglês será facultativo no 1º ciclo. Em contrapartida, todos os alunos farão exame de 9º ano. Milagreiro ou não?

Economia Alemã


EcoDico-Allemagne1 por lewebpedagogique

sábado, 21 de setembro de 2013

Posição de Arendt sobre o Processo Eichmann

Limitações linguísticas

Esperam muitos portugueses que os alemães não considerem o endividamento como um pecado que é preciso ser expiado custe o que custar. Podem esperar sentados. É que, segundo pude ler num artigo francês, a palavra que, em alemão, quer dizer "dívida" é simplesmente a mesma que significa "pecado" ("Schulden"). Pecado também se pode dizer "sin", mas nem por isso "Schulden" que significa originariamente "dívida" deixa de também significar "pecado". Nada a fazer.

Noticias ao Minuto - Itália olha para Portugal e só vê pobreza e fome

Noticias ao Minuto - Itália olha para Portugal e só vê pobreza e fome

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A História





A História


Obama investiture famille
O termo "história" é equívoco. Podemos distinguir, pelo menos, três significados. A "história" simplesmente, é a realidade passada, presente e futura da espécie humana: "história" significa então "devir". A "história" que se ensina na escola é a narrativa de um certo devir. Finalmente, a "história" desta ou daquela realidade remete para o movimento e para as grandes etapas de um processo evolutivo (história da arte, por exemplo). 

Uma ciência humana 
A história, como investigação, no seu sentido mais habitual reúne todos os conhecimentos relativos ao passado da humanidade. Esta disciplina assemelha-se a uma ciência pelo seu rigor e pela sua exigência de verdade. Mas embora a história seja uma ciência, não é uma ciência exata mas uma "ciência humana", isto é, uma ciência cujo objeto é o próprio homem. Ora, o comportamento dos homens não pode ser estudado nem relatado como os de um planeta ou os de uma molécula de gás. As acções dos homens têm de ser interpretadas e organizadas para que possam tomar a forma de um relato estruturado e com significado. A objetividade, no seu sentido estrito, está fora do alcance dos investigadores. 
Idealismo e materialismo
Os filósofos modernos preocuparam-se sobretudo com estabelecer a inteligibilidade da história. A história não é uma sucessão de acontecimentos e de decisões incompreensíveis e imprevisíveis. Para os filósofos idealistas (Kant, Hegel), existe uma racionalidade profunda que governa o mundo e que constitui a sua trama escondida. Para Hegel, em particular, as paixões dos homens são os materiais que a razão utiliza para alcançar os seus fins. Para os materialistas (Marx e Engels), a história baseia-se numa estrutura material (infra-estrutura económica) que a determina. As abordagens hegeliana e marxista são dialéticas, o que significa que se baseiam na ideia de que o "negativo" (as lutas, a oposição de interesses, os conflitos e a sua resolução, a volência em geral) desempenha um papel importante no progresso histórico. 
O sentido da história 
Atualmente, os filósofos e os historiadores têm tendência a desconfiar destas abordagens sistemáticas da história. Marx e Hegel pensaram, com efeito, que a história avançava necessariamente para um fim, uma realização, aquilo a que chama uma finalidade - o saber partilhado, o comunismo ou a paz. Atualmente, este otimismo faz pouco sentido. No entanto, é difícil renunciar à ideia de sentido da história. Kant pensava que o facto de acreditar no progresso (ervolução global para algo melhor) era estimulante e constituía mesmo, para cada um de nós, um dever moral. Mesmo que o homem seja livre e a história imprevisível, o conhecimento histórico permite-nos antecipar parcialmente o futuro e adotar uma orientação positiva baseada numa melhor inteligência do nosso passado. 

A Normalidade do Ano Letivo

O ano letivo arrancou com toda a normalidade. Há quem pense que não. Mas esses são certamente gente mal intencionada. Tudo está normal. O próprio ministro de educação anunciou essa normalidade, como é normal o ministro fazer no início do ano letivo. A única dúvida que subsiste é a da utilidade do próprio ministro que se limita a garantir que tudo fica como estava, normal portanto. Melhor seria que se dedicasse a colonizar as Ilhas Selvagens. Isso não seria normal, mas seria muito mais útil ao país.

Promessas Eleitorais Honestas

Um candidato à freguesia de Reguengos promete, em cartaz de propaganda, que "para ele, o Natal será sempre em Dezembro". Aqui está um político de confiança.

domingo, 15 de setembro de 2013

Todos Temos de Fazer Sacrifícios

Uns têm de fazer o sacrifício de tomar e defender a toma de medidas dolorosas para os outros; outros têm de fazer o sacrifício de viver abaixo das condições mínimas de dignidade. O sacrifício não é igual para todos, mas é sacrifício.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Crato Acusa Professora de Perturbação Psicanalítica

Para quem é tão sensível ao uso da linguagem, dizer que há alguém que tem uma perturbação psicanalítica é perturbador.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Liberdade de Escolha e Fantasia

A liberdade de escolha (o livre arbítrio) já é um problema em si mesmo, ainda antes de os políticos se atirarem a ele como tábua de salvação, sempre que não saibam nadar. Não lhe faz falta discurso de nenhum político ou comentador para ser o problema que é.
A acreditar em Espinosa, o ser absolutamente livre é livre porque não tem livre arbítrio. Não tem de escolher entre ser isto ou aquilo, entre fazer isto ou aquilo, porque nada o impede de ser e fazer tudo, absolutamente tudo. É livre porque não tem que escolher. Escolher é uma limitação da liberdade.

Isto pode parecer, e é, confuso para muita gente. Para nos ajudar a equacionar o problema da livre escolha, o ministro da educação decidiu, na linha conhecida de Paulo Portas, financiar o ingresso dos alunos no ensino particular. Logo o rebanho habitual de comentadores desatou a balir incessantemente louvores à livre escolha das famílias. Agora, dizem, as famílias poderão finalmente escolher a educação para os seus filhos. Não só os ricos, que já o faziam, mas também os pobres.

Esta é a fantasia. Por vezes, essa fantasia torna-se delirante. Por isso, aqui vai um alerta.

A "livre escolha" das famílias é, de facto, a livre escolha da escola; as escolas (algumas mais do que outras) passarão a legitimamente selecionar os seus alunos. Vejamos. No ensino superior público (limitemo-nos a este para não gerar confusões), os alunos escolhem o curso e a universidade que querem frequentar. A tal escolha livre. Isso permite que os cursos e as universidades mais pretendidas possam escolher os seus futuros alunos de um campo de possibilidades muito vasto. Aquele aluno que, acreditando que tem liberdade de escolha, insista em frequentar só aquele que escolhe, arrisca-se a não fazer curso nenhum. Esta é a liberdade de escolha: ou vai para aquele para onde foi selecionado ou não vai para nenhum. Não há outra, no contexto sócio político em que vivemos.

O que pretende, então, o ministro da educação? Que os critérios de seleção, atualmente em vigor nas universidades, comecem, desde já a ser adotados nos jardins de infância e nas escolas primárias. Ele lá sabe o que quer, se é que sabe.

A única coisa que é claramente falsa e propaganda delirante é que se diga que isso aumenta a liberdade de escolha das famílias. Corrijam isso, por favor.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

"É preocupante que se amedronte as pessoas com um papão"


Ferreira Leite "É preocupante que se amedronte as pessoas com um papão"
A ex-líder do PSD e antiga ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, acusou o Governo de fazer bluff ao dizer que o chumbo do Tribunal Constitucional ao regime jurídico da "requalificação de trabalhadores em funções públicas" poderá provocar medidas mais duras para os portugueses. “É preocupante que se amedronte as pessoas com um papão”, comentou ainda Ferreira Leite, reportando-se à cultura de medo que considera ter sido instituída pelo Executivo face aos trabalhadores do Estado.
É preocupante que se amedronte as pessoas com um papão
DR
POLÍTICA
“Isto é um bluff de todo o tamanho. Tudo isto é um processo que demoraria muito mais de um ano, porque só na qualificação eles estariam um ano, mesmo que não tivesse sido considerado inconstitucional nunca isto teria qualquer efeito orçamental nem este ano, nem no próximo”. As palavras pertencem à antiga líder social-democrata e ex-ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, que falava ontem à noite na antena da TVI24.
A antiga governante defendeu que o chumbo do Palácio Ratton “não tem nada a ver nem com a necessidade de redução de despesa do próximo ano, nem com o Orçamento do próximo ano, nem com a oitava avaliação da troika, não tem a ver com nada do ponto de vista orçamental”.
A este propósito, assinalou Ferreira Leite, “só pode ser mais fácil [negociar] com uma criatura que quer que se faça determinada coisa, ao dizer-lhe ‘eu queria fazer, mostrei que queria fazer, mas não me deixam”.
Quando questionada sobre qual seria o objectivo do Governo com o novo regime da requalificação dos funcionários públicos, a ex-líder do PSD respondeu: “Era provavelmente para ter a hipótese de vir a libertar-se dos funcionários, admito que sim”.
“Por este motivo, por estas normas não terem sido consideradas constitucionais para o Orçamento de 2014 não se perde um cêntimo”, reiterou.
Aliás, salientou a antiga ministra, “aquilo que eu acho aqui preocupante é que, a propósito desta possibilidade de despedimento, se amedronte as pessoas com o papão de que ‘agora que grande desgraça aconteceu, como é que nós fazemos a consolidação das contas públicas?’”.
Por fim, rematou Ferreira Leite: “Nós estamos ou não estamos num Estado de Direito? Como eu acho que cada vez que há medidas muito violentas de corte de despesa, e isso só nos prejudica, eu continuo a achar que o chumbo do Constitucional nalgumas situações só nos ajudou a não nos afundarmos tanto”.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O Nosso Primeiro no Seu Melhor

Disse o nosso Primeiro: Os princípios invocados pelo Tribunal Constitucional para chumbar o regime de requalificação dos funcionários públicos são princípios que têm de estar presentes em todas as Constituições. Mas, segundo ele, os tribunais constitucionais devem arranjar interpretações que dispensem a aplicação desses princípios.

O nosso Primeiro está numa vertigem de despotismo (concentração de poderes no governo). Que alguém o ajude, que ele, a si mesmo, dada a vertigem, não consegue.