segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A História





A História


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O termo "história" é equívoco. Podemos distinguir, pelo menos, três significados. A "história" simplesmente, é a realidade passada, presente e futura da espécie humana: "história" significa então "devir". A "história" que se ensina na escola é a narrativa de um certo devir. Finalmente, a "história" desta ou daquela realidade remete para o movimento e para as grandes etapas de um processo evolutivo (história da arte, por exemplo). 

Uma ciência humana 
A história, como investigação, no seu sentido mais habitual reúne todos os conhecimentos relativos ao passado da humanidade. Esta disciplina assemelha-se a uma ciência pelo seu rigor e pela sua exigência de verdade. Mas embora a história seja uma ciência, não é uma ciência exata mas uma "ciência humana", isto é, uma ciência cujo objeto é o próprio homem. Ora, o comportamento dos homens não pode ser estudado nem relatado como os de um planeta ou os de uma molécula de gás. As acções dos homens têm de ser interpretadas e organizadas para que possam tomar a forma de um relato estruturado e com significado. A objetividade, no seu sentido estrito, está fora do alcance dos investigadores. 
Idealismo e materialismo
Os filósofos modernos preocuparam-se sobretudo com estabelecer a inteligibilidade da história. A história não é uma sucessão de acontecimentos e de decisões incompreensíveis e imprevisíveis. Para os filósofos idealistas (Kant, Hegel), existe uma racionalidade profunda que governa o mundo e que constitui a sua trama escondida. Para Hegel, em particular, as paixões dos homens são os materiais que a razão utiliza para alcançar os seus fins. Para os materialistas (Marx e Engels), a história baseia-se numa estrutura material (infra-estrutura económica) que a determina. As abordagens hegeliana e marxista são dialéticas, o que significa que se baseiam na ideia de que o "negativo" (as lutas, a oposição de interesses, os conflitos e a sua resolução, a volência em geral) desempenha um papel importante no progresso histórico. 
O sentido da história 
Atualmente, os filósofos e os historiadores têm tendência a desconfiar destas abordagens sistemáticas da história. Marx e Hegel pensaram, com efeito, que a história avançava necessariamente para um fim, uma realização, aquilo a que chama uma finalidade - o saber partilhado, o comunismo ou a paz. Atualmente, este otimismo faz pouco sentido. No entanto, é difícil renunciar à ideia de sentido da história. Kant pensava que o facto de acreditar no progresso (ervolução global para algo melhor) era estimulante e constituía mesmo, para cada um de nós, um dever moral. Mesmo que o homem seja livre e a história imprevisível, o conhecimento histórico permite-nos antecipar parcialmente o futuro e adotar uma orientação positiva baseada numa melhor inteligência do nosso passado. 

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