segunda-feira, 28 de setembro de 2009

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

FUTURA MINISTRA DA EDUCAÇÃO DO PS? NÃO SERIA TÃO MAU COMO DIZEM

A ministra Maria de Lurdes Rodrigues promoveu uma reforma anarquista na Educação. Chegou mesmo a acreditar que a melhoria do sistema educativo depende da avaliação do desempenho dos professores: uma visão individualista, neo-liberal ou, sendo de esquerda como diz ser o governo a que pertence, anarquista.
Pelo contrário, esta senhora Ana Bettencourt põe o dedo na ferida. Finalmente. Assim ela seja capaz de priorizar na sua política o combate à disfuncionalidade da organização escolar, se vier a ser ministra da educação. As referências que faz à Finlândia seriam, todavia, dispensáveis. A disfuncionalidade da escola portuguesa sugere políticas de correcção que dispensam, pelo seu carácter óbvio, referências a quaisquer modelos estrangeiros.
As suas afirmações têm sido alvo de violentas e injustas críticas na NET. É bom que os professores deixem de ser fanáticos. O modelo fanático de Maria de Lurdes Rodrigues deveria servir-nos de lição: dá sempre mau resultado...
Leiam a entrevista. Vale a pena fazê-lo com atenção e sem fanatismos.

Entrevista Ana Maria Bettencourt
"O que proponho é mais trabalho para professores e alunos"
05.06.2009 - 07h00 Bárbara Wong
Foi deputada do PS, foi assessora para a Educação do Presidente da República Jorge Sampaio e assumiu agora a presidência do Conselho Nacional da Educação (CNE). Ana Maria Bettencourt é professora e investigadora. É o contacto com as escolas do Norte da Europa que a faz ter a certeza que para conquistar o sucesso escolar é preciso mais trabalho, de professores e de alunos. Ainda não sabe qual vai ser a agenda do CNE para os próximos quatro anos, mas quer dar continuidade ao parecer sobre a educação dos 0 aos 12 anos, assim como a outro sobre o alargamento da escolaridade obrigatória para 12 anos. “Como organizar a escola, para que todos aprendam”, é a grande questão a responder em ambos os pareceres.

O Conselho Nacional de Educação (CNE) tem vindo a perder importância?

O CNE é o único conselho da Europa que tem um presidente eleito pela Assembleia da República, o que lhe dá um estatuto de independência. Por outro lado tema representação de pessoas vindas de várias áreas, de várias escolas, do mundo do trabalho, sindicatos, associações de pais. O mundo conhece mal a realidade do CNE; é preciso encontrar alguns caminhos para o dar a conhecer. O CNE faz muito trabalho de edição, de audições, tem ligações internacionais. O CNE tem como missão, por um lado, anunciar, abrir caminho para algumas mudanças; e, por outro lado, ajudar a preparar essas mudanças.

Não tem havido dificuldade em passar a mensagem e de chegar, por exemplo, ao Ministério da Educação que deveria ser o principal interessado nas conclusões do CNE?

O tempo do CNE tem que ser diferente do tempo do ministério. Os ministérios têm uma agenda própria e não têm que seguir o CNE, mas ouvi-lo. Os nossos principais destinatários são o ministério e a Assembleia da República. Há agendas, há ritmos próprios, mas acredito que o CNE possa ganhar mais pertinência.

Como conselheira do CNE, foi relatora de um parecer sobre a escolaridade dos 0 aos 12 anos. Como é que este foi acolhido pela tutela?

É um parecer que avança muito em alguns aspectos e o Governo tem outro timing, outra agenda; mas não quer dizer que o deixe cair.

Entretanto, a ministra propôs a introdução de uma segunda língua no 2.º ciclo. Concorda?

Na Finlândia, há alunos dessas idades [10 a 12 anos] a estudar cinco línguas, há percursos muito centrados nas línguas porque os finlandeses dizem que são um país periférico e têm que aprender. O problema não é o ensino de duas línguas, mas a consolidação da compreensão das mesmas. O estudo de uma língua estrangeira é um problema, tal como são todas as disciplinas com muitas precedências, que exigem consolidação de competências.

Como acontece também com a Matemática. Como é que se resolve esse problema?

Hoje em dia, temos mais capacidade para resolver problemas, mas para isso, os professores têm que trabalhar mais. Não podem ser só as famílias, embora estas sejam importantes; é a escola que tem que ter muito mais responsabilidade.

Até que ponto os professores não continuam a contar muito com a família para dar apoio ou para pagar explicações?

A OCDE tem um documento sobre o insucesso escolar em que recomenda: “Intervir ao primeiro sinal de dificuldade”. Ou seja, não deixar arrastar dificuldades, porque isso põe problemas gravíssimos às disciplinas com precedência. Outra coisa importante é a capacidade de diferenciar percursos, ou seja, quando há um aluno com dificuldades, a escola tem que ser mais organizada nos percursos individuais. A escola deve assentar não no aluno imaginário, mas naquele que existe. Não é o ensino centrado no programa, mas no aluno, porque o programa é pouco útil se os alunos não aprenderem. Essa mudança de paradigma é muito importante: pôr os alunos a trabalhar sozinhos, a corrigir os seus trabalhos, enquanto os professores ajudam os que têm mais dificuldades.

Mas os alunos não têm só problemas de aquisição de conhecimentos, mas de comportamento...

Aí deve haver tolerância zero.

Tem sido acusada de “facilitismo” porque defende que os alunos não devem chumbar?

Faciltismo? Odeio essa palavra. Um aluno que chumba várias vezes é porque não foi apoiado e vai acabar por desistir, o que é mau para ele e para o país. O que defendo é que os professores compreendam as dificuldades dos alunos, insistam e trabalhem muito. Isto é muito importante, para poder resolver, porque se não, os professores dão sempre mais do mesmo. Um dos aspectos que me impressionou na escola finlandesa foi os alunos trabalharem imenso. Existem alunos com dificuldades, são apoiados e vão fazer a sua escolaridade. Eu defendo isto e não que os alunos passem sem saber. O que proponho não é facilitismo, mas mais trabalho para os professores e para os alunos.

Mas esses apoios já existem na escola, onde há aulas de apoio e de recuperação. É preciso mais?

Eu não falo desses apoios, mas do trabalho do professor na sala de aula, com os alunos. O professor tem que ensinar mais e de outras maneiras. É muito importante o trabalho em sala de aula, porque se o aluno tiver que trabalhar, não pode fazer gazeta e aprende. Isto não é facilitismo, facilitismo é a pessoa ignorar. A escola não pode ser indiferente às diferenças. O que diferencia as escolas, nos países do Norte da Europa, é a atenção dada aos alunos.

É desse modo que se evitam as retenções?

O insucesso escolar é uma situação insatisfatória e está provado que reter um aluno não resolve, isso prejudica os alunos que começam a criar resistências à aprendizagem. É preciso encontrar outra solução que é trabalhar mais e ir mudando os percursos.

Deve haver exames nacionais no final de cada ciclo?

O problema do sucesso nas aprendizagens não depende de mais exames. Está mais do que provado que não é com exames que se responde aos problemas dos alunos. As provas de aferição são um bom instrumento de auto-regulação. Há escolas que trabalham os resultados das provas de aferição. Também há outras que trabalham para a prova, o que é falsear a questão porque o objectivo não é ter bons resultados, mas é aprender com os resultados que se obtêm.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Pandémie grippale : maintenir le lien avec l’école

Pandémie grippale : maintenir le lien avec l’école

TROIS MOIS DE PROGRAMMES RADIOPHONIQUES ET TELEVISUELS

En cas de fermeture des établissements scolaires dans le cadre du plan antigrippe A / H1N1, le Plan de Continuité Pédagogique prévoit la diffusion par France 5 et France Culture de programmes télévisuels et radiophoniques destinés à maintenir un lien pédagogique avec les élèves.

Réalisé par le Centre national de documentation pédagogique [CNDP] à la demande du ministère de l'Éducation nationale, ce plan comporte 264 heures de programmes télévisuels et 288 heures de programmes radiophoniques, soit trois mois de programmes scolaires mis en sons et en images.

Toutes les disciplines, du cycle 2 au lycée

Le contenu de ces programmes est issu, pour la grande majorité, du fonds audiovisuel du CNDP et du réseau des Centres régionaux de documentation pédagogique [CRDP]. L'Inspection générale, entourée d'un groupe d'enseignants de la discipline, a sélectionné les documents les plus pertinents par rapport aux programmes scolaires. Le plan se présente finalement comme un programme télévisuel ou radiophonique classique, avec un présentateur, des plateaux, des animateurs par disciplines et par niveaux. Des diffusions quotidiennes sont prévues pour chacun des quatre niveaux : cycle 2, cycle 3, collège, lycée. Tous les programmes sont accompagnés de pistes d'exploitations et de compléments pédagogiques expliqués par l'animateur (la formule de mathématiques à retenir, une expression clé en anglais, etc.). La mise en scène se veut ludique et explicite, pour faciliter l'apprentissage et le maintien des connaissances acquises en l'absence de l'enseignant : aussi, les émissions de langues vivantes font intervenir des comédiens anglophones et germanophones à travers des séquences de questions/réponses. Des images de synthèse sont utilisées pour les programmes de sciences physiques et SVT.

Des programmes prêts à être diffusés

France 5 et France Culture ont d'ores et déjà ces programmes en leur possession, pour une réactivité immédiate en cas de fermeture des établissements. Les grilles de diffusion sont également constituées, à raison de 4 jours de programmes par semaine durant 90 jours. Un exemple pour la télévision : 50 minutes de programmes le matin pour le cycle 3, 1h20 pour le lycée ; puis 1h50 pour le collège l'après-midi, 1h20 pour le cycle 2. Ces programmes sont destinés à assurer une continuité éducative et à maintenir un lien pédagogique dans l'hypothèse extrême d'un confinement des élèves dans leur foyer.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

CARTA ABERTA AO PRIMEIRO MINISTRO DE PORTUGAL


Senhor Primeiro Ministro,
Calculo que nem chegue a ler o que lhe vou escrever ou que, lendo, não lhe ligue nenhuma. No entanto, devia estar mais atento a algumas das coisas que aqui escreverei.
Em primeiro lugar, deixe de reconhecer a "falta de delicadeza" na relação que manteve com os professores. Se alguns deles têm dúvidas sobre se devem votar em si, esse tipo de afirmações acaba por os ajudar a decidir votar em qualquer partido que não seja o PS. Porque é o tipo de afirmações que exponencia, precisamente, essa tal falta de delicadeza, por desvalorizar as questões de conteúdo.
Em segundo lugar, mande calar de uma vez por todas a ministra da educação que não se cansa de defender a necessidade e a vantagem para o país que decorre da manutenção da guerra com os professores. Ela acha que há realmente "um preço a pagar com a paz com os professores". E não diga que este tipo de afirmações é um problema de comunicação.
Em terceiro lugar, o mais importante, reconheça que fez uma reforma na educação de pernas para o ar. A reorganização da rede escolar era prioritária, sim senhor. Mas a criação de quadros de educação especial, ainda antes de redefinição da política no sector é anarquizante, como se está a ver. A correcção do sistema de avaliação dos professores é, de facto necessária. Mas antes, era necessário dotar a escola de uma organização funcional. A legislação sobre a gestão das escolas não resolve o problema, antes o agrava porque foi elaborada a partir do preconceito de que a funcionalidade de uma organização depende exclusivamente da autoridade conferida, por estatuto, ao director. Erro de palmatória. A escola tem uma organização disfuncional, e o seu governo agravou essa disfuncionalidade. Não tenha dúvidas. O espaço de que disponho aqui não me permite explicar isto em pormenor. Mas estou à sua disposição, se quiser. Resolvido o problema da organização da escola, o modelo de avaliação a implementar torna-se quase óbvio, não exigindo esforço de maior.
Finalmente, porque é que insiste em manter a selectividade na promoção a partir de cotas de avaliação? A avaliação não pode, nem deve ter cotas. A promoção, sim, pode, não sei se deve, porque a profissão de professor tem características que exigem que, no fundamental, todos realizem o mesmo trabalho: ensinar os alunos. O que o seu governo fez foi manter o automatismo da progressão a partir da avaliação, só que com cotas. Na verdade, quer retirar da Administração a responsabilidade de limitar a progressão, colocando essa responsabilidade no terreno dos pares. A avaliação deve estar nesse terreno, mas a progressão não.
O seu governo fez coisas positivas no campo da educação. Mas esta incompreensão a respeito do que é fundamental numa reforma do sistema educativo, nomeadamente a funcionalidade da organização escolar, deita tudo a perder.
Não votarei em nenhum partido que proponha a suspensão da avaliação, porque este não é o problema central da escola. Mas também não votarei no PS. Votarei em branco, para manifestar o meu protesto contra algumas das suas medidas no campo da educação e contra aquelas que são a prioridade dos partidos da oposição.
Os melhores cumprimentos
Jorge Barbosa