terça-feira, 7 de julho de 2009

NUM PONTO, CONCORDO COM A SENHORA MINISTRA DA EDUCAÇÃO


Os exames nacionais não podem ser uma prova hiper-selectiva. Concordo, portanto, com as alterações que foram feitas nos exames nacionais de matemática. Como diz a senhora ministra da educação, eles não são nem mais fáceis nem mais difíceis: são mais adequados aos programas leccionados e mais justos. Concordo.
Acho imbecil que se queira transformar os exames nacionais em provas inacessíveis a alunos para quem a matemática é uma disciplina muito difícil e que exige deles um enorme esforço para obter classificações positivas baixas. É muito positivo que alunos de classificação média possam repetir essa classificação num exame nacional. A hiper-selecção é imbecil.
O problema é que a senhora ministra comparou resultados de exames adequados com resultados de exames anteriores menos adequados, para auto-elogio das suas políticas; e, agora, ao comparar resultados de exames igualmente adequados fica embaraçada por se registar uma ligeira diminuição da média deste ano.
O problema é que a senhora ministra é quem (ela ou alguém por ela) escolhe a comissão de exames que os elabora, mas diz que não tem nada a ver com a sua elaboração, nem com as alterações (positivas, diga-se) que neles foram introduzidas. Diz isto para se poupar à crítica de que os exames são, por decisão política, mais fáceis. A melhoria de resultados a matemática seria, no seu entender, resultado puro da acção política do governo que teria sido neutro na elaboração das provas. O problema, portanto, é que a senhora ministra não diz coisa com coisa. Senhores, os resultados a matemática melhoraram porque, entre outras coisas, por decisão política transmitida à comissão de exames, as provas são agora mais adequadas e mais justas. Será assim tão difícil assumir esta verdade simples e da qual a senhora ministra deveria ter orgulho?
Já agora, porque é que a senhora ministra disse na televisão que os lugares de quadro das escolas, postos a concurso, são aqueles que foram propostos pelas escolas? Quem, por mera curiosidade, consultou as listas de lugares sabe que isso não é verdade. Nas listas publicadas pelo Ministério da Educação, são indicados, numa coluna, os lugares propostos pelas escolas e, numa outra, os que foram homologados. Os homologados são em menor número do que os propostos.
Mas que mania esta de iludir a realidade que a senhora ministra tem. Confiante em que a esmagadora maioria das pessoas que a ouve não conhece estes detalhes, acaba por irritar aqueles que os conhecem.
Decididamente, não tem remédio esta mania da senhora ministra de dizer coisas desnecessariamente falsas.

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