segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Irlanda: as coisas estão a piorar, não a melhorar


Irlanda: as coisas estão a piorar, não a melhorar

As previsões tanto para o défice como para o nível da dívida têm piorado desde Abril. Há um ano atrás, a projecção relativa ao nível da dívida para 2014 era de 85,5% do PIB. Agora, a projecção aponta para 117% do PIB. Artigo de Michael Burke.
Foto de informatique, Flickr.
Foto de informatique, Flickr.
A Declaração Fiscal de Médio Prazo (DFMP) do governo inclui uma série de previsões. Estas mostram as projecções tanto para o défice como para o nível da dívida. Isto apesar do facto de que o Estado ter encontrado € 3,6 mil milhões, o equivalente a 2,3% do PIB, num erro de contabilidade no Agência de Administração do Tesouro Nacional.

Primeiro, aqui está uma tabela com a previsão geral em Abril do Pacto de Estabilidade e Crescimento.

Aqui está a mesma secção na DFMP de sexta-feira.


Depois de 2013 todos os níveis de endividamento são mais elevados. Em todos os anos, com excepção do próximo, as previsões apontam para níveis de défice mais elevados. É de realçar que é esperado que o défice para este ano seja de 10,3%, quando em Abril se esperava que o mesmo não ultrapassasse os 10%.
A tendência é para que as coisas continuem a piorar. Menos de um ano atrás, as previsões eram muito mais optimistas. A tabela abaixo é tirada da Nota de Informação sobre as perspectivas económicas e orçamentais 2011-2014 emitido pelo Departamento de Finanças irlandês de Novembro de 2010.


Estas previsões só esticam até 2014. A previsão central para o défice para 2014 foi, nessa altura, de 2,8%. Na DFMP mais recente é de 5%. Há um ano atrás, a projecção relativa ao nível da dívida para 2014 era de 85,5% do PIB. Agora, a projecção aponta para 117% do PIB. O pior nível de dívida previsto era de 106% do PIB em 2012. No DFMP de sexta-feira este é agora o ponto de partida para a dívida deste ano – e o perfil é de aumento em três anos.
Assim, depois de toda a miséria, as previsões para o défice estão a piorar. E aquele que foi o pior cenário para a dívida é agora o ponto de partida a partir do qual a dívida ainda poderá deteriorar-se. Mesmo nos seus próprios termos, a "austeridade" não está a funcionar.

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