quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

EDUCAÇÃO ESPECIAL - O DESGOVERNO E OS PADRÕES DE CONDUTA ANÁRQUICA

Não é difícil detectar padrões mais ou menos obsessivos no comportamento da equipa do actual Ministério da Educação.
A tendência para transportar para a análise política as especulações primárias dos debates de café e dos comentadores desportivos de bancada é alimentada por padrões de conduta que poderíamos qualificar de anárquicos.
É difícil conciliar o conceito de "padrão" com o de "anarquia", mas é isso mesmo que essa equipa consegue realizar, não sem mérito, mas para desgraça do futuro da educação em Portugal. Podemos comparar esses padrões aos padrões do comportamento hiperactivo por défice de atenção, se não for levada a mal esta analogia: a impossibilidade de prestar atenção ao fenómenos que o rodeiam, durante o tempo necessário e com a focalização indispensável, impulsiona o hiperactivo a entrar num frenesim de ajustamentos sempre parciais e, por isso, sempre desajustados que, por seu turno, alimentam a dificuldade de atenção e fomentam novas tentativas de ajustamento parcial, e assim sucessivamente.
Esse é o estilo da actual equipa do Ministério da Educação.
Este padrão de conduta explica muito bem por que razão o Dec-Lei que reorganiza a educação especial foi aprovado depois da constituição do quadro de educação especial. O primeiro disparo foi a constituição do quadro, ainda antes de estar definida a "reforma" na educação especial. A falta de atenção aos problemas das escolas levou a que o Ministério considerasse a constituição desse quadro como uma boa solução, e até uma solução prioritária, para algo que ainda não se sabia muito bem o que seria. Ao definir-se o problema que esse quadro deveria resolver criou-se, então, um novo problema, como mandam as boas regras de auto-legitimação do comportamento impulsivo.
O mesmo se passa quando se analisam outras "medidas" do Ministério da Educação:
  • Primeiro define o sistema de avaliação dos docentes, o estatuto do professor e o estatuto do aluno; só depois define o sistema de gestão das escolas. Aquilo que deveria subordinar as políticas (organização das escolas) fica subordinado a decisões impulsivas que as mudanças desejáveis que venham a ocorrer transformarão em pó da história.
  • Perante a mais do que visível anarquia que é gerada por esta atribulada falta de atenção às coisas importantes, a solução é a teimosia e a repetição ritual de afirmações e comportamentos obsessivos.
O problema está em saber até que ponto e até quando o povo português estará disposto a aguentar esta situação.

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu estou completamente desiludida e cansada...são tantas as asneiras...ou então eu aprendi/ensinaram-me tudo ao contrário.

Rosa Maria