terça-feira, 22 de maio de 2012

Portugal passará com distinção no exame da Troika. A Troika é que devia chumbar se se sujeitasse a exame.

Portugal cumpriu o programa da Troika. Cumpriu e até o excedeu, por exemplo, reduzindo salários e pensões. Teria piada que a Troika responsabilizasse estas medidas excessivas pelo facto de não terem sido atingidos os objetivos do seu programa. Tinha piada, isso tinha, mas a tarefa dos senhores da troika não é humorística.
O que é certo é que o programa da troika falhou nos seus objetivos: a recessão é maior do que o previsto (e portanto a riqueza nacional é inferior ao programado), o desemprego é maior do que o previsto, e Portugal está a aumentar as suas dificuldades financeiras e, consequentemente, a diminuir as suas capacidades para pagar as dívidas externas. O alto patrocínio da Troika invisibiliza parcialmente o problema. Mas não o fará por muito mais tempo.
Assim, quem deveria chumbar no exame não é o país examinado (Portugal), mas o examinador (Troika). Só que isto também seria demasiado humorístico, quase sarcástico. Vamos continuar a fazer de conta que não percebemos? Ou vamos esperar pelos bons ofícios de Hollande, de Obama e agora também do SPD alemão, rival nas próximas eleições de Merkel que teve a coragem de já incluir no seu programa:

  1. eurobonds para investimento na energia, nos transportes europeus (TGV?) e na investigação científica
  2. programas de apoio ao emprego juvenil
  3. financiamentos com origem no Banco Europeu de Investimentos
  4. alargamento das funções do Banco Central Europeu.
Vamos esperar pelas eleições na Europa? É isso? Bom, esperemos então.

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