quinta-feira, 3 de julho de 2008

ESCOLA PÚBLICA - REPUBLICANA?


Três representantes de correspondentes de meios de comunicação estrangeiros (de França, Espanha e Itália) falaram do seu trabalho no "Clube de Jornalistas" em 2 de Julho passado.
Disseram coisas interessantes. E disseram coisas mais ou menos inúteis. O costume.
O jornalista francês teve, em todo o caso, uma intervenção que tão cedo não esquecerei.
Confessou ter feito uma pequena notícia para a estação de rádio onde trabalha a respeito da escola que a sua filha frequenta em Portugal.
Começou por dizer que essa escola é, no seu entender, uma escola pública de qualidade. Já antes, tinha dito que trabalhava em Portugal como correspondente, porque gostava do País: até se tinha casado com uma portuguesa...
Aquilo que ele relatou, com um esgar de nojo, como se acabasse de ver uma osga ranhosa a subir-lhe pelas pernas, dá que pensar.
Disse ele que aquela escola pública... e REPUBLICANA (quando disse republicana quase vomitou) decidiu não levar à praia crianças, cujos pais não pagaram os respectivos 50 euros.
Achava ele que este é o tipo de notícias que os franceses apreciavam. Por nada de especial. Só porque não conseguem entender como uma escola pública e REPUBLICANA podia fazer semelhante coisa.
Os franceses, tal como os conheci, apreciam as diferenças, desde que delas possam retirar fundamentos para o seus sentimentos de superioridade cultural e republicana. Para eles, a República vale mais do que a Constituição: aquilo que é preciso preservar é a República.
Os portugueses não têm formação republicana.
Não admira, portanto, que uma escola pública e republicana portuguesa meta tanto nojo a um jornalista francês.

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