Os cincunspectos técnicos alemães afinal seguiram, no caso dos pepinos, a linha de pensamento pacóvio que também grassa pelas terras cultas e cultivadas de Kant.
Um pacóvio alemão não pode aceitar de bom grado que algum pepino possa ser atacado por uma reles bactéria num armazém alemão. Pepinos, tomates, etc. infectados têm de ter necessariamente origem num país do Sul, num qualquer país de porcos sulistas. Um pacóvio pensa, de facto, assim. Os alemães pacóvios sabem que são disciplinados, cumpridores de regras, limpos, inteligentes, etc. Eles sabem isso. Sabem também que, se não fossem disciplinados, já tinham recomeçado uma nova guerra de conquista dos povos inferiores, porcos, indisciplinados e pelintras do Sul. Disciplinados, sabem que tomarão conta dessas pocilgas sulistas com as suas estratégias de domínio económico e financeiro da Europa. A única dúvida que têm é sobre se esse combate económico e financeiro deve ser demolidor agora, ou se preferem travar uma luta terrorista, menos apressada, mas igualmente eficaz. Assim pensam os pacóvios.
Mas seria de esperar que os técnicos alemães se distanciassem desta linha de pensamento. Não conseguiram. Fica talvez para a próxima.
Só que deram com um povo orgulhoso. E agora os espanhóis querem ser indemnizados dos efeitos nefastos de uma campanha falsa contra os seus produtos.
Que viva España
E se fosse em Portugal? O Governo, qualquer que fosse, cairia no dia seguinte, se um brilhante e competente técnico alemão tivesse timidamente sugerido que os pepinos infectados tinham origem no Cadaval, ou na Póvoa de Varzim. Talvez nunca se viesse a saber a verdade.
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