Descobri uma forma de publicação em eBook de alguns livrinhos meus (livrinhos, não pela dimensão - o último que descobri nos arquivos do computador até tem 158 páginas em formato A4, sem qualquer desperdício de dedicatórias, páginas assim e assado. Livrinhos, porque são reativos, pelo menos em 10 a 20%, até que a sua escrita me proporcione alguma tranquilidade e indiferença face à origem da provocação, e também porque reúnem textos, escritos em momentos animicamente diferentes e crus, sem qualquer cozimento que lhes dê o sabor estruturado de um livro. Essa editora do eBook, gratuita porque não sei como se ganha dinheiro, está, simpática e gratuitamente, a imprimir uma versão em papel que me envia para casa. Decidi oferecer uma dessas versões em papel (A4, um pouco inestético, mas a culpa é minha) ao meu Reaizador de Cinema mais próximo, por uma simples questão de gosto nisso. É talvez o livrinho de que mais gosto.
Ora acontece que, de uma conversa sobre estética, filosofia, divulgação visual, dramatizada, dialógica, da filosofia, chegamos à conclusão de que uma certa rigidez de maus dançarinos estraga, mais do que arranja imagens que se pretende divulgar da filosofia. Mesmo quando o conteúdo é bom. Mostrei-lhe alguns exemplares de vídeos que circulam na Net, alguns deles promovidos por Editoras de livros escolares. Escandalizou-se com a má qualidade da luz, da fotografia, da representação e de outras coisas (pelos vistos, ser um pouco mais rigoroso não custaria, só por si, mais dinheiro, só bom gosto).
Ficou combinado que relesse aquele livrinho que lhe ofereci e alguns outros para estudarmos melhor o assunto. E leu os novos e releu os antigos. Chegou, então à conclusão de que não é difícil dramatizar visualmente as polémicas - pelos vistos, encontrou elementos humorísticos e momentos dolorosos que se podem responsabilizar pela adesão emocional do público (nunca tinha visto as coisas nesta perspetiva) sem as concessões "pimba" de quem realiza, porque ficarão ao critério do público, que conservará todo o direito e a possibilidade de chorar com o humor, e rir-se com dor.
O que ele quer? Trabalhar no guião. Passar um texto que serviria para um documentário de divulgação, para a dramatização. E já não me dá descanso. De vez em quando, lá vem ele - não há pressa, diz, mas eu sei que está com comichões de pistoleiro nas mãos, porque esse tipo de vontade de não ter as mãos vazias deve ter a ver com algo genético.
Veja-se só no que me meti eu. Guião... a minha ideia de guião... bem tenho uma, até várias... e depois? de que é que isso me serve para a filosofia, uma arte que cultivo... seria bem mais fácil fazer um guião para coisas que não cultivo e que me são indiferentes... Vamos lá ver... Talvez daqui a uns meses... Talvez na Páscoa, possa estar em condições de oferecer a amigos, alunos e professores, alguma coisa deste género - tenho de me pressionar.
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