O senhor ministro da educação, quando ainda alimentava o seu sonho (o nosso pesadelo) de vir a ser ministro, publicou um livrinho que alegrou a malta. Não sabendo distinguir o jargão profissional das correntes teóricas em educação, escreveu sobre o tal eduquês. Pretensioso quanto baste, cheio de disparates, que se o livro fosse de humor teriam todo o cabimento, esse livro foi o alimento espiritual de muitos professores reacionários ao progresso. Fez, por isso, o sucesso que convém à leviandade dos medíocres.
Agora, ministro, está a assumir o papel que melhor se adequa a quem não tem ideia sobre o que é melhor que se faça: destruir tudo o que não entenda; não entende nada de escola, toca a destruir, que já se faz tarde.
Muita gente achará bem porque entende tanto de escola como o senhor ministro: nada.
A verdade é que muitos dos concursos para professores são para entreter, a não ser que sejam liquidados ou excluídos da escola muitos alunos. Não basta reduzir o número de cursos: é preciso também reduzir drasticamente o número de alunos para que possam ser dispensados todos os professores contratados mais 20% de professores dos quadros. Mesmo o brutal aumento de número de alunos por turma é insuficiente para justificar a medida humilhante de obrigar professores do quadro das escolas a concorrer, para nada. Até porque não têm para onde concorrer, uma vez que a mesma medida afeta todas as escolas, mais ou menos do mesmo modo. Ridículo, portanto.Ou precaução doentia de quem tem medo de fazer contas, afinal um problema tão vulgar que até aos da arte afeta.
Agora, a malta dos professores que achou piada ao livrinho do candidato a ministro, porque ser reacionário ao progresso estava a dar, deve pensar melhor, não na sua vida, porque, desse lado, está garantido, mas no que pode e deve ser feito para impedir o descalabro da educação em Portugal. E não me venham com manifestações e greves, só. Isso pode ser importante, mas não basta. É preciso construir pensamento positivo sobre o que queremos da escola, e lutar por ele. Há que não facilitar.
É, mais do que nunca, preciso lutar por ideias justas. E aqueles que acham que a construção de uma escola eficiente é uma utopia, pois que vão bater palmas à porta do Ministério da Educação e por lá se deixem ficar, a ver se alguma migalha lhes cai ao chão da mesa do poder.
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