O ministro Cardia foi responsável pela "normalização" da educação após o verão quente. Não foi simpático, foi discutível o que fez, mas não foi delirantemente incompetente. O ministro Couto dos Santos fez asneira vasta, sobretudo no que diz respeito ao sistema de avaliação dos alunos, de que ainda sofremos as consequências nefastas nos dias de hoje. Mas foi ministro por pouco tempo, pelo que não teve oportunidade de mostrar mais incompetência. A ministra Ferreira Leite esqueceu-se de alguns aspetos fundamentais de gestão do quotidiano no Ministério da Educação. Mas teve a sorte de reagir rapidamente após alertas dos serviços que a apoiavam. Nem por isso, deixou de ter uma visão própria da Idade da Pedra sobre o ECD.
Maria de Lurdes Rodrigues, mulher inteligente, fez a burrice de se rodear de uma equipa de secretários de estado, diretores regionais e até de diretores de escola, verdadeiramente medíocres, sem ideias e violentamente conformistas, que lhe diziam que estava tudo bem nas escolas, quando qualquer professor sabia que isso só se podia dizer por quem quisesse agradar à senhora ministra. Mas tinha ideias, algumas erradas e algumas certas.
Nuno Crato, pelo contrário não só não tem ideia nenhuma útil, como tem algumas cientificamente erradas. Escreveu um livro pateta sobre o "eduquês" que animou estupidamente muitos professores, cansados de "reformas" absurdas, e guindou-se a ministro. Felizmente, desde o primeiro dia fui um crítico insolente desse livro pobre, errado e absolutamente dessintonizado de qualquer problema da educação. Critiquei-o, porque não lhe encontrei sequer um pouco de humor, como, nos finais dos anos 70, encontrei num livrinho conservador e reacionário de um autor canadiano, cujo nome me iludiu indecentemente (E. Morin). Não era o Edgar Morin que eu conhecia, mas quando folheei o livro, senti-me tentado a comprá-lo, sem pensar, só para saber que raio de AVC tinha atacado um autor que eu admirava muito. Felizmente era outro, o canadiano.
Pois bem, Nuno Crato não só se revelou uma nulidade em termos de ideias, como se situa abaixo de zero no que concerne a gestão do quotidiano do Ministério da Educação. O seu comportamente não revela só ideias erradas, revela também uma astronómica ignorância. A sua equipa compete com ele no oportunismo e na incompetência.
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