sexta-feira, 12 de setembro de 2014
O Toxicoindependente
O Chaplin já retirou o nódulo. Foi no hospital veterinário. Agora está aqui, ao meu lado, a procurar o meu colo porque agora é a minha vez de o acalmar. Aquilo deve estar a doer. Está, portanto, a tomar um anti-inflamatório analgésico que o alivia. Ontem, para não me esquecer de lhe dar a dose da noite (de 12 em 12h toma metade de um comprimido), embrulhei uma metade num lenço de papel e pu-la no bolso da camisa. Acordou de imediato, farejou o ambiente e descobriu a droga no bolso da camisa. O pobre não conseguia deixar de gemer para que lhe desse o comprimido. Será isto a toxicoindependência? Só sentir a imperiosa necessidade de um analgésico por o ter farejado? Era a segunda vez que o ia tomar... A toxicodependência seria, então, nesse caso, essa capacidade bípede para inventar futuros, a que os humanos se dedicam desde tempos imemoriais. Talvez...
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