-Para alguns, o poder de dominar o outro encontraria os seus fundamentos, não naquele que domina, mas na obediência do outro, o servo, que, identificando-se com o senhor, teria a ilusão de participar, com esforço mínimo, no exercício do poder. Isto tornaria o poder possível e legítimo, pois aquele que obedece fá-lo-ia de sua livre vontade. Mas numa alienação, isto é, numa submissão à vontade particular de um outro, não encontraremos nunca qualquer tipo de legitimidade pois aquilo que obriga a obedecer não é nunca legítimo se considerarmos que o caráter fundamental do que é legítimo for a obrigação a que se conforma livremente um sujeito que se torna o seu próprio legislador. Da preguiça e da covardia não se deduz nunca a autonomia como nos diz Rousseau.
(Jorge Barbosa, 2014)
(Jorge Barbosa, 2014)
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