O governo português embirrou com o Tribunal Constitucional. E a birra levou-o a tomar decisões que não têm em conta a decisão desse tribunal sobre um princípio fundamental, não só da Constituição, mas de qualquer sociedade que preze a paz social: o princípio de igualdade.
Mais, contrariando o pensamento de Adriano Moreira, de Freitas do Amaral e do Presidente da República, isto é, colocando-se à direita do pensamento tradicional de direita em Portugal, fez beicinho, fez birra e, usando de um poder ilegítimo, fez como as crianças que não querem comer a sopa: já que tenho de a comer, vou borrifá-la para cima de quem ma dê.
Num estado democrático, só é possível que um governo maioritário não exerça o poder de forma totalitária ou ditatorial, se se submeter completamente ao poder Constitucional. Se não o quiser respeitar, deve poder demitir-se, e se não o respeitar deve ser automaticamente demitido, e os seus membros devem ser impedidos de se candidatar a qualquer função política por um período não inferior a dois mandatos.
De outro modo, teremos de aturar as birras e as criancices de qualquer governante. E todos nós, que temos filhos, sabemos como uma criança pode ser ditadora, sobretudo se tiver oportunidade de se defender com a presença de estranhos, de gente exterior à família.
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