sexta-feira, 5 de julho de 2013

NOTÍCIA DE ÚLTIMA HORA

Pedro Passos Coelho concorda finalmente com eleições antecipadas. Foi isto mesmo o que propôs ao Presidente da República, a quem pediu que marcasse eleições antecipadas, com o máximo de urgência, para 2030.
Questionado por um jornalista, que duvidava de a data proposta poder ser compatível com o conceito de antecipação de eleições, respondeu bem humorado que, ao termo "antecipadas", estava a acontecer rigorosamente o mesmo que já tinha acontecido ao termo "irrevogável": só a pessoa que usa essas palavras sabe o que elas querem dizer, e elas dizem sempre aquilo que essas pessoas querem. "A isto, chama-se governar e exercer o poder", concluiu.
Foi possível ouvir um dos seus assessores a alertar o primeiro ministro que o melhor era não se precipitar a fazer este tipo de declarações, antes de conhecer o parecer do tribunal constitucional: é que ser o governo a determinar o significado das palavras era coisa suscetível de irritar o dito tribunal. De semblante carregado, o Primeiro Ministro retorquiu que, se isso vier a acontecer, então ele demite-se, mas não abandona o país nem o governo, que ele é homem sério e responsável.
Antecipando uma possível objeção, agora em voz alta, o Primeiro Ministro afirmou: "quem determina o significado das palavras sou eu, o primeiro ministro; se digo que me demito do governo, mas não abandono o governo... é isso que devem escrever nos jornais".
E afastou-se rapidamente, evitando mais perguntas dos jornalistas que lhe queriam perguntar se o significado de "jornal" era aquele que estavam a pensar ou se já era outro.

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