Ora, convém esclarecer as coisas:
- O capitalismo liberal é um regime económico que só conseguiu sobreviver em democracia, que é um regime político. Quando, citando parvamente Curchill (como se ele fosse o papa da coisa), se diz que a democracia é o menos mau dos regimes políticos, fica difícil não pensar que o que se quer dizer é que o capitalismo liberal preferiria outro regime, talvez "mais musculado", mas que, não sendo possível, é melhor deixar andar.
- É a democracia que viabiliza o capitalismo liberal, e não o contrário. O mérito está na democracia e na liberdade e não no capitalismo. O capitalismo não viabiliza a liberdade, é, pelo contrário, a liberdade que viabiliza (nem sempre bem) o capitalismo.
- Nenhum regime económico, nem o capitalismo liberal, é mais importante do que o regime político, e nenhum regime político deve sobreviver, se não promover a realização das pessoas que vivem sob esse regime.
Conclusão: se há que rever alguma coisa, não é seguramente a democracia que deve ser posta em questão, mas aquilo que a está a prejudicar, nem que isso seja o regime económico.
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