- A decisão mais fácil para os nossos políticos é tomar decisões difíceis (difícil seria tomar decisões acertadas)
- Para a esmagadora maioria dos portugueses viver é por natureza viver acima das suas possibilidades: se estão doentes, compram remédios - não deviam; se lhes apetece um pão ao almoço, compram-no - não deviam; etc.
- Aqueles portugueses que vivem dentro das suas possibilidades - compram o que querem e ainda lhes sobra algum dinheiro para comprar o que não querem nem precisam - devem ser recompensados, porque, esses sim, sabem o que fazer ao dinheiro que têm e até ao que não têm.
- Os financeiros querem que lhes sejam pagas as dívidas em compromissos de empobrecimento, mas não em dinheiro; imagine-se a desgraça que seria para eles, se os bancos centrais decidissem produzir moeda num montante que permitisse a liquidação de todas as dívidas dos Estados. O que fariam os bancos, se todo o dinheiro que tivessem fosse em depósitos?
- A troika aprendeu a motivar os Estados intervencionados a empobrecer numa escola de treinadores de cães: se os Estados obedecem à ordem de "sentar" dão-lhes mais uns cobres; só que estas lições e correspondentes reforços para os bons alunos estão programados, de forma a reduzir qualquer tipo de imprevisibilidade. Esta redução da imprevisibilidade é indispensável no treino de cães, mas é estúpida no treino de pessoas: é que os cérebros das pessoas, por via de regra, gostam da imprevisibilidade, como um toxicodependente gosta da sua droga - é por isso que os jogos de azar são tão viciantes como a heroína. A troika trata-nos como cães. E os governantes babam-se de satisfação canina.
O moscardo vai voltar a atacar.
JB
JB
Sem comentários:
Enviar um comentário