quinta-feira, 9 de julho de 2009

DA HONESTIDADE, DA CONVICÇÃO E DA INTELIGÊNCIA


Há três qualidades absolutamente indispensáveis a uma pessoa de bem e, por maioria de razões, a um político confiável: a convicção, a inteligência e a honestidade.
O drama, a tragédia mesmo, é que estas três qualidades nunca se juntam todas ao mesmo tempo:
  • Quem é convicto e honesto, não é seguramente inteligente;
  • Quem é inteligente e honesto, não é seguramente convicto, e
  • Quem é convicto e inteligente, não é seguramente honesto.
Aqueles que têm a crença verdadeira e justificada de que o verdadeiro conhecimento é uma crença verdadeira justificada não concordarão comigo. Em contrapartida, e para que não digam que eu sou injusto nas minhas apreciações, eu também não concordo com eles. Na verdade, se o verdadeiro conhecimento fosse uma crença verdadeira justificada, teríamos justificado todo o tipo de tiranias e absurdos comportamentos do poder ilegítimo, legitimado por uma boa retórica propagandística.
Defender que o verdadeiro conhecimento é uma crença verdadeira justificada até pode ser inteligente e é seguramente uma profunda convicção. Mas não é honesto.
E em coisas desta magnitude, não se ser honesto também não é inteligente, o que significa que a única coisa que resta a esses pouco imaginativos representantes de ideias medíocres é a convicção.
Quem governa só com as suas convicções? Os medíocres e desonestos.
O triângulo honestidade, convicção, inteligência é um triângulo impossível. Para o superarmos, temos de acrescentar um outro lado: o bom senso, se se quiser o juízo. Corrigindo esse triângulo impossível, ficamos, então, com um quadrado, isto é, com dois triângulos.
Governar bem, ser-se justo exige, então dois triângulos. Não há um triângulo divino que não possa ser o diabo. Por isso, precisamos de dois. E mesmo assim... Cuidado com os que apregoam a sua honestidade sem o mínimo de bom senso.

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