terça-feira, 7 de julho de 2009

FANTASIAS E ATRASO DE VIDA


Segundo Valter Lemos, secretário de estado da administração educativa, pela primeira vez foram colocados professores de apoio educativo em todos os agrupamentos de escolas. É absolutamente verdade, se, para ele, José Sócrates tiver sido o fundador de Portugal, e se Portugal só foi fundado no segundo ano da sua governação e não no primeiro. Com efeito, é a primeira vez que tal sucede desde o segundo ano do actual governo de Portugal.
Desde o ministério de Roberto Carneiro, portanto desde os anos oitenta, que são colocados professores de apoio educativo. Havia mesmo um dispositivo legal que garantia que, para cada conjunto de quatro professores colocados, era colocado um outro professor para apoio educativo nas escolas de 1º Ciclo.
Podia ele querer dizer que é a primeira vez que são colocados esses professores de apoio, desde que as escolas de 1º Ciclo passaram a fazer parte de Agrupamentos de Escolas. Mas nem isso se passou assim: Por decisão do governo anterior ao actual, foram colocados professores de apoio em todos os agrupamentos de escolas. O actual governo herdou essa decisão sem convicção, pelo que o que o senhor Valter Lemos pode dizer AGORA é que esta é a primeira vez que o actual governo se deu conta da necessidade de criar esses lugares de apoio.
Em todo o caso, fê-lo depois de ter destruído a dinâmica que deveria ter sido criada para incluir o apoio a alunos com deficiência numa estrutura geral de apoio educativo, isto é, no projecto educativo das escolas.
Acontece que, sobre este assunto (o da colocação de profesores de apoio educativo) eu estou em condições de esclarecer o senhor secretário de estado. Ele, ou desconhece a realidade que herdou, ou pensa que, antes dele, só havia o vazio. Qualquer que seja a sua ideia, compreende-se por que razão sentiu necessidade de começar tudo de novo, empurrando o modelo de apoio educativo e educação especial para períodos anteriores ao da reforma de Roberto Carneiro.
Um atraso de vida,com efeito, estes senhores que não sabem o que dizem e muito menos o que fazem. Alguém os perdoará por isso. Eu, não, que não sou santo.

Sem comentários: