Merkel diz que nova Comissão Europeia já está decidida
Chanceler alemã nem se dá ao trabalho de esperar o veredito dos eleitores para formar o próximo Executivo europeu, afirmando mesmo que não tem de haver um "automatismo" (não seria “democracia”?) entre os resultados das eleições europeias e o novo presidente da Comissão Europeia. Diz-se confiante num fácil acordo entre conservadores e socialistas.
21 de Maio, 2014 - 18:38h
Angela Merkel: na sua visão, não há "automatismos" nos resultados das eleições europeias. Foto de Armin Kübelbeck
Sem parecer preocupada com o facto de estarem a decorrer eleições para o Parlamento Europeu, que começam já nesta quinta no Reino Unido e na Holanda, a chanceler alemã Angela Merkel disse numa entrevista que o seu governo já está a negociar o próximo Executivo europeu (a nova Comissão Europeia), sem esperar o resultado eleitoral das eleições que começam quinta e se completam no domingo.
"O meu partido [os conservadores da CDU] e os sociais-democratas [que estão coligados com a CDU no governo] vão apresentar uma proposta consensual para a formação da nova Comissão Europeia", afirmou, em entrevista ao jornal Leipziger Volkszeitung.
Com estas declarações, a chanceler mostra que as eleições europeias não têm para o “bloco central” alemão e europeu qualquer importância e que, ganhe quem ganhe, quem manda é a Alemanha.
Recorde-se que nestas eleições têm ocorrido debates entre os candidatos a presidente da Comissão Europeia, cada um deles apresentado pelos partidos aueropeus.
A chanceler mostra que as eleições europeias não têm para o “bloco central” alemão e europeu qualquer importância e que, ganhe quem ganhe, quem manda é a Alemanha.
Pelo Tratado de Lisboa, o presidente da Comissão Europeia deveria ser nomeado levando em conta os resultados eleitorais; assim, este deveria ser o candidato do partido europeu mais votado: o luxemburguês Jean-Claude Juncker pelo o Partido Popular Europeu, o alemão Martin Schulz pelos Socialistas Europeus, o belga Guy Verhofstadt pelos Liberais e o grego Alexis Tspiras pela Esquerda Europeia.
“Automatismo”, novo nome para “democracia”
Merkel, porém, pensa de forma diferente: na entrevista, repetiu que não há razão alguma para que haja um "automatismo" (pelos vistos, a nova designação da palavra “democracia”) entre os resultados das eleições europeias e a proposta que os líderes dos Estados-membros vão apresentar para nome do novo presidente da Comissão Europeia.
Na entrevista, a chanceler recordou que a formação do seu próprio governo de coligação "foi precedida por longas negociações até conseguirmos um acordo entre conservadores e sociais-democratas", pelo que está segura que "também conseguiremos chegar a um acordo para a composição da próxima Comissão Europeia", tendo adiantado que esta também será criada nos moldes de uma ‘grande coligação' decidida entre todos os partidos.
Para Angela Merkel este será um acordo "relativamente fácil" com os sociais-democratas sobre a nomeação dos novos comissários europeus, e também sobre os principais assuntos a tratar pelo novo Executivo de Bruxelas.
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