Não consigo deixar de pensar na imbecilidade que manifestam aqueles que confundem os cidadãos com as instituições em que trabalham. Todos os cidadãos são particulares, no sentido em que nenhum cidadão é mais público do que outro. Aquilo que é público são as instituições, algumas delas. Os gestores que gerem essas instituições públicas perdem, por esse facto, o caráter particular que o caracteriza como cidadão naquele único aspeto que se relaciona com o exercício de funções de gestão nessas instituições (governo, etc.). Mas aqueles que nelas trabalham são trabalhadores como os outros e cidadãos como os outros em toda a sua plenitude. Portanto, particulares. O governo, Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, têm de começar a estudar melhor o conceito de um Estado de direito. E os portugueses, comentadores ou outros opinadores públicos ou privados, têm de pensar melhor naquilo que dizem. No dia em que cada cidadão seja possuído pela instituição em que trabalha, seja uma empresa privada ou uma empresa ou instituição pública, fazendo depender as características pessoais e os seus direitos de cidadania da pertença a essa instituição, nessa altura, é oficialmente estabelecido um novo regime de escravatura, só imaginável em filmes de ficção, de terror.
Ganhem juízo.
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