Depois de rever na internet as imagens das promessas eleitorais de Passos Coelho, o capitão de Abril diz que se "sente roubado" e prevê "convulsão social" para travar "o PREC de direita" que se está a criar. Foi à saída duma reunião que juntou mil militares e convocou uma concentração em Lisboa para o dia 12 de Novembro.
Vasco Lourenço diz-se indignado com as mentiras de Passos Coelho. Foto Luis Miguel Martins/Flickr
O auditório do ISCTE foi pequeno para os cerca de mil militares que ali vieram discutir acções de protesto contra a austeridade. Os militares marcaram uma concentração para dia 12, no Rossio, e esperam muitos milhares para protestar contra "a redução das remunerações, aliada aos cortes dos subsídios de férias e de Natal e ao aumento generalizado dos impostos", que está a "atirar muitos" militares para "o limiar da impossibilidade de cumprir com os compromissos financeiros assumidos".
Na moção aprovada no encontro, os militares presentes mandataram as direcções das suas associações (de praças, oficiais e sargentos) "para levarem a cabo as iniciativas necessárias para a defesa dos seus interesses socio-profissionais e das Forças Armadas".
À saída deste encontro, Vasco Lourenço, citado pela agência Lusa, afirmou que estava "absolutamente indignado" após ter visto um vídeo na internet com declarações de Passos Coelho em campanha eleitoral que contradizem o que está a fazer enquanto primeiro-ministro. É "preciso desmascarar os indivíduos que ocupam o poder" e que "o estão a roubar", declarou o capitão de Abril, sublinhando que se "sente roubado" e que Passos "renega nos actos tudo aquilo que acabou de dizer há muito pouco tempo".
Vasco Lourenço diz que as medidas de austeridade impostas estão a criar um "PREC de direita". "Não me venham dizer que a reacção de não aceitar este tipo de situação é que será uma revolução. Não, não vou por aí", sublinhou.
O presidente da Associação Nacional de Sargentos, Lima Coelho, afirmou à Lusa que os militares estão disponíveis para "todos os sacrifícios", mas "não estão disponíveis para serem sacos de pancada", nem para serem "enxovalhados ou usados politicamente de forma que não merecem ser usados".
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