A democracia global tem sido uma proposta institucional que se centra exclusivamente na super-estrutura internacional e negligencia a estrutura económica dos mercados financeiros e das empresas multinacionais. É que em 1996, 51% das (100) maiores economias mundiais estavam nas mãos de empresas privadas. So 49% eram detidas por Estados. A economia da Wal-Mart era maior do que a de Israel ou a da Polónia, a da Mitsubishi era maior do que a da Indonésia e a da General Motors maior do que a da Dinamarca. (Portugal não conta nesta contabilidade das 100 maiores economias mundiais em 1996).
Se não houver uma mudança na base económica global, a democracia global será uma forma de legitimar a maior de todas as bestialidades humanas: a indiferença perante os outros. A lei da selva será bem mais cruel entre humanos do que entre as bestas, porque estas não acumulam mais do que aquilo de que precisam e podem, e precisam de menos e podem menos do que os humanos.
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