sexta-feira, 23 de novembro de 2012
O que Interessa é o Impossível
O problema dos nossos políticos é a sua mediocridade. Gastam todos os cartuchos a disparar contra alvos que só respondem ao necessário, ao determinado por forças alienantes. Abominam, por preguiça ou por debilidade de raciocínio, todo o campo das possibilidades. Não sabem fazer design, ou disegno, ou desenho com desígnio (para dizer o mesmo em língua portuguesa). Saberão desenhar cenários, mas não os sabem designar, não sabem atribuir-lhes um desígnio. Ou têm medo de dizer qual é o seu desígnio, porque é vil e eles sabem que é.
Quando da Vinci inventou o helicóptero, pensou não numa necessidade, mas numa possibilidade, na possibilidade de haver objetos que subissem no ar como as porcas nos parafusos (que ele tinha acabado de inventar). E fez o seu disegno, o seu desenho com desígnio. Cinco séculos depois, foi construído o primeiro helicóptero... em que as pás constroem o parafuso e a porca através do seu movimento no ar. Mas fizeram-no para responder a necessidades e não para desafiar as possibilidades ou o impossível. A possibilidade já tinha sido determinada. Grande coisa fizeram os construtores desse primeiro helicóptero... Em boa verdade, deveriam ser punidos por, em lugar de continuar a explorar o impossível, se terem dedicado a ganhar só por fazerem o óbvio, e necessário.
Os políticos não sabem desenhar com desígnio, mas, pelos vistos, sabem nadar, embora não saibam voar.
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