quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Antes de a Srª Merkel Visitar a Nova Colónia da Alemanha - Portugal


Hollande dirige-se aos portugueses para relembrar que há alternativa à austeridade
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Para o presidente francês, a austeridade não é uma fatalidade. Há alternativas. Tanto para os gregos como para os espanhóis e para os portugueses, "que estão a pagar caro os desregramentos cometidos por outros".
"Chegou a hora de oferecer uma perspectiva que não seja apenas a da austeridade”. As palavras estão publicadas no "El País". São dirigidas aos espanhóis. E aos portugueses. Foram proferidas por François Hollande, o presidente da França, eleito em Maio deste ano. 

A pergunta relembra o espírito que se sentiu na Europa durante o sufrágio. "A sua eleição criou enormes expectativas. O que diria a um grego desempregado que não tem dinheiro para ir ao médico?" 

"Que vou fazer tudo o que é possível para que a Grécia permaneça na Zona Euro e que tenha os recursos indispensáveis até ao final do ano, sem que seja necessário impor novas condições além daquelas que já foram aceites pelo governo de Samaras", começa por responder o presidente da França. 

É depois, na mesma resposta, que Hollande fala aos portugueses. "Mas também me dirijo aos 
Desde a minha eleição, fiz todos os possíveis para que a Europa adopte como prioridade o crescimento, sem colocar em causa a seriedade orçamental.
François Hollande

espanhóis e aos portugueses, que estão a pagar caro os desregramentos cometidos por outros: chegou a hora de oferecer uma perspectiva que não seja apenas a da austeridade." 

François Hollande assume que o papel da França é o de unir a Europa do Norte e a Europa do Sul. "Recuso a divisão da Europa", disse naentrevista dada em conjunto ao "Le Monde", "The Guardian", "El País", "Gazeta Wyborcza", "La Stampa" e "Süddeutsche Zeitung". 

Não se pode impor uma punição perpétua a quem já fez esforços consideráveis

"Desde a minha eleição, fiz todos os possíveis para que a Europa adopte como prioridade o crescimento, sem colocar em causa a seriedade orçamental", declarou o responsável, na entrevista concedida no Palácio do Eliseu, a residência oficial do presidente. 

Para o responsável gaulês, a melhor forma de os países com excedente orçamental expressarem a sua solidariedade é ao "relançarem a procura interna através de um aumento de salários e de uma redução das retenções", algo que iria melhorar a competitividade na região. 

"Não é possível, para o bem de todos, impor uma punição perpétua a algumas nações que já fizeram sacrifícios consideráveis se as suas populações não vêem, em momento algum, os resultados dos seus esforços", rematou François Hollande. 

Passos para a paz na Zona Euro 

Como é que se salva a Zona Euro neste cenário, num momento em que até recebeu o Prémio Nobel da Paz?, questionaram os jornalistas. "Para começar, resolvendo de forma definitiva a situação da Grécia, que tantos esforços tem feito, e garantindo que permaneça na Zona Euro." 

"Depois, respondendo às exigências dos países que efectuaram as reformas exigidas e que devem dispor de financiamento a um preço razoável", disse o presidente gaulês, acrescentando a união bancária como o terceiro ponto. Todas estas questões devem estar, de acordo com François Hollande, encaminhas até ao final do ano. 

O recém ocupante do Palácio do Eliseu mencionou a taxa sobre as transacções financeiras como algo que une os países daUnião Europeia. A taxa recebeu a aprovação de 11 países da região, entre os quais Portugal. Os proveitos do imposto deverão ser aproveitados, em parte, para projectos de investimento e para um fundo de formação destinado aos jovens, na opinião de Hollande. 

"O papel de França deve consistir em dizer, sem descanso, aos nossos sócios que a austeridade não é uma fatalidade", resumiu.

A entrevista foi dada em antecipação ao Conselho Europeu, nas próximas quinta-feira e sexta-feira. O "The Guardian", um dos jornais a quem foi dada a entrevista, interpretou as palavras de Hollande como um "tiro de advertência" dirigido a Merkel relativamente à austeridade e aos seus efeitos sobre o desempenho das economias.

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