Quando duas pessoas pensam, do mesmo modo, a mesma coisa, o mais provável é que uma delas não esteja a pensar.
De qualquer modo, daí não vem problema ao mundo, porque é sabido que um relógio parado, completamente morto, tem razão duas vezes por dia.
Mais grave é o problema do relógio vivo, bem vivo, a funcionar na perfeição, que por algum motivo, esteja atrasado ou adiantado. É da sua condição que nunca tenha razão, agora e no futuro, sendo a probabilidade deste destino directamente proporcional à probabilidade de manutenção de um bom funcionamento.
O problema torna-se, então, gravíssimo, quando alguém prefere estar vivo a estar morto.
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