Resultados das provas publicados hoje
04.07.2008 - 20h14 Lusa
A taxa de reprovação no exame de Matemática A do 12º deste ano baixou para 7 por cento, contra os 18 por cento do ano passado, numa prova em que a média de notas foi de 12,5 valores. Mas a média de notas no exame de Português do 12º deste ano ficou abaixo dos 10 valores pela primeira vez em três anos, situando-se nos 9,7 valores face aos 10,8 de 2007.A taxa de reprovação de 7 por cento dos 36.674 alunos que fizeram este ano a prova de Matemática A é menos de metade da verificada no ano passado (18 por cento) e cerca de um quarto da de 2006 (29 por cento), indicam os dados oficiais distribuídos hoje à tarde pelo Ministério da Educação (ME).
Em relação aos alunos internos (ou seja, os que frequentaram a disciplina durante todo o ano), a média obtida foi de 14 valores, 3,4 valores acima do que se verificou em 2007, ano em que pela primeira vez a média obtida por estes alunos foi superior a dez valores.
No total dos alunos, ou seja incluindo os que já estavam chumbados e se auto-propuseram a exame, a média é de 12,5 valores (mais 2,1 valores do que os 9,4 de 2007).
Na Matemática B (prova realizada por 6731 alunos), a média de resultados foi de 11,4, uma subida em relação aos 7,5 valores verificada em 2007. A taxa de "chumbos" neste exame foi igualmente de sete por cento contra os 24 por cento de 2007 e os 30 por cento em 2006.
Na Matemática Aplicada às Ciências Sociais o cenário é inverso: a média de 9,6 valores obtida este ano pelos 8533 alunos é inferior aos 11,5 valores do ano passado. Também a taxa de reprovações aumentou de sete por cento em 2007 para 13 por cento este ano.
Após a realização das provas, em finais de Junho, a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) considerou que o exame nacional de 12º ano de Matemática A foi "mais fácil" do que o de 2007, alegando que a prova continha "um grande número" de questões de resposta "imediata e elementar".
"A prova comporta um grande número de questões de resposta imediata e elementar, não aferindo conhecimentos matemáticos importantes, o que perfaz um total de cinco valores. Confirma-se a tendência já patente no exame nacional do 9º ano [...]", afirmava a SPM, num parecer sobre a prova.
Num comunicado divugado hoje, o Ministério da Educação enaltece a "melhoria" nos resultados da Matemática, "que se verifica pelo terceiro ano consecutivo".
Por outro lado, o ME diz que os resultados deste ano resultam do "efeito combinado de três factores": "mais tempo de trabalho e estudo por parte dos alunos acompanhado pelos professores [...] no âmbito do Plano de Acção para a Matemática", "provas de exame correctamente elaboradas, sem erros e com mais tempo de realização" e um "maior alinhamento entre o exame, o programa e o trabalho desenvolvido pelos professores".
Cenário negro a português
Dos 60.281 alunos que este ano fizeram a prova de Português oito por cento "chumbaram" (um acréscimo face aos cinco por cento verificados em 2007 e 2006).
A média de notas tem vindo a decrescer: dos 11,6 valores de 2006 passou-se para 10,8 valores no ano passado e para os 9,7 valores deste ano.
A taxa de reprovação a Português foi mesmo superior à das provas de Matemática A e B, tradicionalmente as que mais complicam a vida aos alunos.
De acordo com o Ministério da Educação, que hoje divulgou os dados, o exame de Português "é o que abrange o maior número de alunos, sendo realizado pela quase totalidade dos que terminam o ensino secundário em cursos científico-humanísticos".
Dado o "descréscimo nos resultados", indica a tutela, "importa equacionar medidas de reforço do trabalho dos alunos nesta disciplina, designadamente estendendo ao Ensino Secundário as dinâmicas do Plano Nacional de Leitura".
Após a realização das provas, em finais de Junho, a Associação de Professores de Português (APP) apontou críticas à prova, considerando que o primeiro grupo da prova suscitou "algumas dúvidas", já que foi usada a terminologia linguística em revisão. Por outro lado, o texto final do exame poderá ter levado os estudantes a falar de Padre António Vieira no tema de desenvolvimento, quando o autor não integra o programa do 12º ano.
Em comunicado, a associação considerou que "a prova está globalmente de acordo com o programa em vigor", mas apontou algumas notas, nomeadamente que o Grupo I "apresenta um grau de dificuldade elevado, não só devido à formulação não muito clara da pergunta 2, mas também devido ao excerto escolhido", de "Os Lusíadas".
"Em relação ao II Grupo, existem algumas afirmações que poderão confundir o examinando sendo de referir a utilização de termos da TLEBS, que se encontra em reformulação, como por exemplo 'frase subordinada relativa' ou 'verbo auxiliar modal'", salientava a nota dos professores de português.
Melhoria a Física e Química
Quanto aos exames na área de Ciências, registou-se uma melhoria nos resultados da Física e Química A, que ainda assim registou uma taxa de "chumbos" de 22 por cento (a mais alta percentagem de reprovações em todos os exames). Estes resultados representam uma melhoria face a 200 (31 por cento de reprovações), mas são piores do que os de 2006 (21 por cento de chumbos)
Os 31.760 alunos que fizeram esta prova obtiveram uma média de 9,3 valores (contra os 7,2 valores de 2007 e os 7,4 de 2006).
Quanto a Biologia e Geologia, dos 39.890 alunos que fizeram a prova chumbaram oito por cento (uma melhoria face aos 12 por cento de 2007 e aos 9 por cento de 2006). A média de Biologia e Geologia passou de 9,1 valores em 2007 para 10,5 valores este ano.
"Estas duas disciplinas - escreve o ME - são as que apresentam as mais elevadas correlações entre as classificações internas e externas (respectivamente 0,75 e 0,76)".
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