Ouvi, hoje mesmo (na RTP1), um político com responsabilidades governativas a garantir que os alunos com dislexia são abrangidos pelo novo Decreto-Lei da Educação Especial (o famoso 3/2008); já relativamente aos hiperactivos manifestou dúvidas.
Ora aqui está um bom exemplo do disparate que é o recém-publicado Dec-Lei.
Com efeito, pode haver disléxicos que necessitem de apoio especializado e disléxicos que precisem de outro tipo de apoio; o mesmo acontece com os hiperactivos (duvido que Sua Excelência tenha alguma noção sobre o que é a hiperactividade com défice de atenção, para dizer o que disse).
A educação especial não é determinada pela categorização dos alunos, como Sua Excelência pensa, mas pelas necessidades de apoio e pelos recursos que devem ser disponibilizados. A definição destas necessidades e destes recursos não é compatível com processos de avaliação que secundarizam esse esforço de clarificação de natureza essencialmente educativa. Por outro lado, a ausência de uma perspectiva integrada (global) dos recursos (especializados e não especializados) a afectar às escolas para apoiar a aprendizagem de todos os alunos impede que Sua Excelência tenha uma visão clara do assunto.
Mas quem pede a um sapateiro que saiba tocar rabecão?
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