Duas coisas merecem hoje alguma atenção dentro deste quadro geral de sucesso de falhar: a inoperância dos partidos e a dispensabilidade do governo.
- Vejamos os partidos. Segundo eles, a sua maioria, seria conveniente limitar o nº de mandatos dos presidentes de câmara. São eles que determinam os candidatos. Podiam ser eles a decidir, por sua própria iniciativa, fazer aquilo em que supostamente acreditam. Mas não. Puseram a Assembleia da República a trabalhar para eles. A Assembleia, ao serviço dos partidos, deliberou, então, essa limitação de nº de mandatos. Como decididamente os partidos acham que não devem estar ao serviço da Assembleia, aconteceu o que se está a ver. Não cumprem. Sucesso, claro, de falhar.
- Vejamos o governo. Não me posso pronunciar sobre toda a ação governativa. Por isso, limito-me à ação do ministério da educação. E vejamos: o que teria acontecido se o ministro da educação e toda a sua equipa não tivessem decidido rigorosamente nada? Se a administração da educação estivesse a trabalhar em piloto automático? Aconteceria que tudo estaria na mesma, só que mais tranquilo, sem greves, sem conflitualidade provocada. Estaríamos melhor, sem dúvida. Tirando aquilo que destruiu, o que é que o governo fez neste domínio? Exames para os alunos e exames, agora, para os professores. O ministério da educação é talvez um dos que tem tido mais sucesso no governo, um verdadeiro exemplo. Só que não teria sido sentida a sua falta, se não tivesse feito nada. Afinal, talvez o governo fosse dispensável.
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