No que diz respeito à necessidade de reformar a escola para que seja eficiente, parece não haver falta de consenso. O problema situa-se no que cada um considera "ser eficiente" e, sobretudo, no que cada um pensa serem os fatores de ineficiência.
Há quem coloque a eficiência da escola (como organização) nos ombros dos indivíduos. Podemos encontrar dois motivos para isso:
- Assumiram ou alguém lhes atribuiu a responsabilidade de reformar a escola e não sabem por onde começar;
- Têm pavor em tocar na sua própria ideia de liberdade. Sabem que é da liberdade que se alimenta a responsabilidade, e, por isso, responsabilizam os indivíduos para que sejam plenamente livres...
Estes dois motivos, em separado ou em conjunto, têm em comum a particularidade de fugirem às dificuldades que uma reforma da escola implica.
Vejamos ao que conduzem:
Num combate frenético contra a ineficiência da escola, que medidas tomou o senhor ministro da educação?
- Extinguiu a disciplina de "Área de Projeto" e criou a disciplina de "Formação Cívica" no ensino secundário; ainda a disciplina de formação cívica estava em vias de se instituir e já anunciava o seu fim; finalmente extinguiu-a para o ano imediatamente a seguir ao da sua criação.
- Aumentou a carga horária das disciplinas de matemática e português, e diminuiu a carga horária de outras, sendo que do total resulta uma pequena redução da carga horária global.
- Instituiu os exames de 4º ano de escolaridade e manteve os exames de 6º ano.
- Aumentou o número de alunos por turma.
Afinal, é isto a reforma da escola?
Temos de concordar que, no fim de contas, se nada mais é necessário, ou se estas são as medidas prioritárias, então a escola está muito bem e não precisa de reforma alguma, só de pequenos ajustamentos sem grande importância e sem impacto na vida do quotidiano dos professores e dos alunos.
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