domingo, 20 de janeiro de 2013
O Problema é a Mediania
O problema é a MEDIANIA
Ouvi na TV que em média os reformados da Caixa Geral de Aposentações ganham mais 20% do que os reformados da Segurança Social. É possível que seja verdade. Com efeito, um grande número dos pensionistas da Segurança Social é dos regimes não contributivos, isto é, os seus empregadores e eles próprios não descontaram nunca para a reforma. Injustamente (diga-se em abono da verdade) estes pensionistas, que trabalharam (muitos deles), que contribuíram para a riqueza das empresas onde trabalharam, recebem menos do que uma migalha como reforma. É natural que essa miséria que recebem provoque uma descida acentuada da média que lhes diz respeito.
Só que a média é uma mentira. Cada um de nós faz parte de muitas médias. Da média dos homens ou das mulheres (pode dizer-se que, em média, as pensões dos homens talvez sejam mais elevadas do que as das mulheres), da média dos que residem no Norte ou no Sul do país, etc., etc. As médias a que pertencemos (as distribuições possíveis) não nos definem, nós é que as definimos.
Uma pessoa que ganha mil euros de pensão, pela CGA, ganha tanto como uma pessoa que ganha mil euros, pela Seg. Social, um homem que ganha mil euros ganha tanto como uma mulher que ganhe mil euros, e isto independentemente da distribuição em que sejam inseridos, ou da média que seja calculada para cada uma.
A igualdade a que a Constituição se refere é a que determina a relação do Estado com cada cidadão e não com a média da distribuição, onde oportunisticamente o queiram inserir.
O problema é que a mediania atacou violentamente e sem cura à vista os líderes políticos e os líderes de opinião.
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