Em compensação, só quero que não me falte nunca o dinheiro necessário para comprar tudo o que me apeteça. Prometo, no entanto, não acumular património nem capital, para garantir a circulação de bens e de capital. Por exemplo: Se me apetecer comprar um carro novo topo de gama, quero ter a liquidez necessária para o fazer; comprometo-me, em contrapartida a vender um eventual carro da mesma categoria que possua na altura. Comigo, o dinheiro circulará e eu pagarei os impostos todos, necessários e até desnecessários.
Se cometer algum pecado económico, poderei ser sujeito a dois tipos de castigos, consoante o caso:
- Se o crime for de vaidade ou ostentação ofensiva, rezarei as avé-marias e pais-nossos em número proporcional ao do pecado cometido, não excedendo nunca o limite de um rosário.
- Se o pecado for mais de tipo económico (concentrar património indevidamente, por exemplo), serei obrigado a criar uma Fundação, sem fins lucrativos, de que terei obrigatoriamente de ser o Presidente. Assim, todos ficarão a saber que pecados económicos cometi.
Aceito ainda ter de pagar a jornais, canais de televisão, etc., tudo o que for considerado necessário para publicar notícias interessantes para o povo.
É, portanto, do interesse nacional que eu seja rico, muito rico.
Vistas as coisas de um certo ângulo, pode mesmo dizer-se que é do interesse da Europa (União Europeia, nomeadamente) que eu seja muito rico, isto é, que nunca me falte dinheiro para tudo o que eu queira. Desse mesmo ângulo, o interesse em que eu seja rico é mesmo de todo o mundo, global, portanto.
Para que eu próprio não tenha a veleidade de abusar da minha posição de super-rico, a Constituição da República Portuguesa, a Constituição Europeia e a da ONU devem incluir as condições do contrato global em que sou estabelecido como muito rico.
É tudo ou, como dizem os nossos amigos galegos, "mais nada".
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