sexta-feira, 15 de julho de 2011

Estudo Acompanhado e Área de Projecto terminam já no próximo ano lectivo


As medidas anunciadas são apenas "ajustamentos", segundo Nuno Crato
O Estudo Acompanhado e a Área de Projecto vão ser suprimidos no 3º ciclo, já a partir do próximo ano lectivo, anunciou hoje o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato. As disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática serão reforçadas, cada uma, com 45 minutos suplementares.
As medidas anunciadas são apenas "ajustamentos", segundo Nuno Crato (Foto: Rui Gaudêncio)

No 2º ciclo também desaparece a Área de Projecto e será ajustada a carga horária de Estudo Acompanhado. Segundo Nuno Crato, as medidas adoptadas em relação a estas duas disciplinas não curriculares libertam tempo, possibilitando assim reforçar a aprendizagem de Língua Portuguesa e Matemática nos dois ciclos finais do ensino básico.

No 5º e 6º ano ( 2º ciclo) a área curricular de Língua e Estudos Sociais ganha 90 minutos. Passará a ter 6 blocos de 90 minutos (ou 12 de 45 minutos) em vez dos cinco actuais. Do total da carga horária, que passará a ser de nove horas, no mínimo metade será para a Língua Portuguesa.

A área de Matemática e Ciências ganha 135 minutos. Passará a ter 4,5 blocos de 90 minutos em vez dos 3,5 actuais. Do total da carga horária, que será cerca de sete horas, 4,5 serão para a Matemática, podendo este tempo ser organizado em seis blocos de 45 minutos ou três de 90 minutos. Nas grelhas anteriores não estava discriminado o tempo para esta disciplina.

Os resultados dos exames nacionais vieram confirmar que há muito a realizar “para o progresso” nestas “duas disciplinas estruturantes”, frisou. O aumento da carga horária é a primeira medida nesse sentido. A próxima etapa, sem efeito no ano lectivo que se inicia em Setembro, será a revisão dos programas destas disciplinas.

Segundo Nuno Crato, as medidas anunciadas são apenas "ajustamentos" e foram aprovadas no Conselho de Ministros do passado dia 14. No essencial são semelhantes às contempladas na reforma curricular aprovada pelo anterior Governo e que foi revogada pelo parlamento, com os votos a favor de todos os partidos da oposição, incluindo o PSD e o CDS.

Nessa reforma previa-se a extinção da Área de Projecto, restringia-se o Estudo Acompanhado a alunos com dificuldades e punha-se fim ao par pedagógico ( dois professores em sala de aula) em Educação Visual e Tecnológica. Esta última medida não foi recuperada pelo actual ministro.

Quando se deu a revogação da reforma de Isabel Alçada, tanto o PSD, como o CDS afirmaram que não se opunham ao fim da Área de Projecto, mas que não estavam dispostos a votar uma alteração com fins meramente economicistas e onde não se previa um reforço da carga horária para as disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. Nuno Crato confirmou que teve o apoio de todos os ministros às medidas que hoje foram anunciadas e que permitirão também, frisou, reduzir a dispersão curricular no 2º e 3º ciclos.

Em resposta a perguntas de jornalistas, Nuno Crato indicou que só saberá quantos professores a menos representará o fim de Área de Projecto quando as escolas concluírem os horários de que vão necessitar no próximo ano lectivo. Segundo o ministro, o fim desta área não curricular "corresponde a uma ambição de muitas escolas e professores". Os projectos devem prosseguir, "mas no âmbito das disciplinas existentes", acrescentou.

Nuno Crato lembrou também que as aulas de AP e de Estudo Acompanhado já estavam a ser utilizadas por muitas escolas para reforçar o ensino de Língua Portuguesa e Matemática. "É uma boa prática que agora será estendida a todas as escolas e de uma forma institucional, o que vai tornar mais simples a vida", nestas. No 3º ciclo será dado às escolas um tempo extra por semana. Serão estas a decidir o que fazer com ele.As mudanças já foram comunicadas às escolas, indicou.

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